Ditadura

Chile pagará cerca de R$ 2,6 milhões para filhas de general assassinado

Filhas de Carlos Prats, assassinado em 1974, ganharam na justiça a indenização

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Publicado em 27/12/2014 às 15:26
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SÃO PAULO, SP - O Chile deverá pagar uma indenização de 600 milhões de pesos (cerca de R$ 2,6 milhões) às três filhas do general Carlos Prats, assassinado em Buenos Aires em 1974 por agentes da polícia secreta do ditador Augusto Pinochet. Fontes judiciais disseram neste sábado (27) que, após a reunião conciliatória entre o Conselho de Defesa do Estado (CDE) e a família Prats, representada pelo advogado Luciano Fouillioux, foi acordado esse valor, que agora deverá ser ratificado pelo ministério da Fazenda.


"O Estado vai indenizar a família em 600 milhões de pesos pelo dano moral e emergente que sofreram com o assassinato de seus pais, em 1974, na capital argentina", afirmou o advogado. Em 27 de maio, a Corte de Apelações de Santiago tinha aumentado o valor da indenização de 600 para 724,5 milhões de pesos (por volta de R$ 3,2 milhões). No entanto, o plenário do CDE propôs um valor próximo aos 600 milhões de pesos, soma que foi aceita pelas litigantes Sofia, Angélica e Cecilia Prats Cuthbert.


O general Prats, antecessor de Pinochet na chefia do exército chileno e sua esposa, Sofía Cuthbert, morreram na explosão de uma bomba colocada em seu automóvel no bairro de Palermo em 30 de setembro de 1974. Os Prats haviam se exilado na Argentina depois do golpe e por não concordarem com a ditadura instaurada por Pinochet, em 1973. As investigações sobre o crime feitas na Argentina e Chile estabeleceram que o atentado foi uma ação da Dina (Direção de Inteligência Nacional), a polícia secreta de Pinochet.


Na parte penal, o general Manuel Contreras, chefe da Dina, foi condenado a prisão perpétua pela autoria do duplo homicídio e a outros 20 anos por formação de quadrilha para cometer o atentado. Também foram condenados cinco altos oficiais do órgão repressivo, um suboficial e dois civis, um deles a escritora Mariana Callejas, ex-esposa do americano Michael Townley, autor material do duplo assassinato. Carlos Prats foi ministro do Interior do presidente Salvador Allende, e como tal, exerceu a vice-presidente da República quando o líder socialista (1970-1973) viajou para outros países.

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