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Primeiras municipais em 60 anos na capital econômica de Mianmar

Estas eleições são o primeiro teste de credibilidade democrática para o país antes das legislativas previstas para novembro de 2015

Da AFP
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Publicado em 27/12/2014 às 11:02
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Os habitantes de Yangum, capital econômica de Mianmar, foram às urnas neste sábado (27) para as primeiras eleições municipais em seis décadas, nas quais apenas um número restrito de eleitores pode participar.

Estas eleições são o primeiro teste de credibilidade democrática para o país antes das legislativas previstas para novembro de 2015.

Mianmar foi governado durante meio século por uma junta militar dissolvida em 2011.

Somente 400 mil dos cinco milhões de habitantes da cidade podem votar neste sábado e os candidatos estão submetidos a cláusulas rígidas.

Apenas uma pessoa por família está autorizada a depositar seu voto nas urnas. Além disso, os candidatos têm restrições de idade e a participação de partidos políticos está proibida.

A campanha eleitoral foi notável por sua ausência, em um país onde os políticos não estão acostumados a convencer o eleitorado, nem a apresentar suas ideias.

Contudo, muitos eleitores pareciam dispostos a votar depois de anos de ditadura militar.

"Não sei nada sobre os candidatos. Descobri seus nomes na hora da votação", contou à AFP Maw Lynn, um residente de Sanchaung que espera que o voto possibilite mudanças significativas.

"É muito difícil ter grandes expectativas porque são as primeiras eleições municipais em mais de meio século", explicou Khin Maung Tun, de 50 anos, à AFP.

Os eleitores podem eleger entre quase 300 candidatos. Entre eles destacam-se executivos, aposentados e ativistas, que disputam os 115 postos de um comitê onde a maioria dos cargos são por nomeação.

É a segunda votação mais importante desde as eleições de 2010, marcadas por acusações de fraude generalizada e pela ausência do partido de oposição da ganhadora do prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, que boicotou as eleições.  

Em 2012, as eleições realizadas em algumas circunscrições foram consideradas mais livres e permitiram a Suu Kyi entrar no parlamento pela primeira vez.

Em novembro serão realizadas as legislativas, mas no momento a ganhadora do Nobel não poderá ser a nova presidente devido a um artigo da Constituição que impede que um cidadão casado com um estrangeiro ou com filhos de nacionalidade estrangeira seja candidato à presidência.

A política estava casada com um britânico e seus filhos têm a mesma nacionalidade do pai. Seu partido parte como favorito para eleições de novembro. 

 

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