TERRORISMO

Morre em Nova York líbio suspeito de comandar ataques a embaixadas

Abu Anas al Libi era acusado de realizar atentados na Tanzânia e no Quênia

Da Folha Press
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Publicado em 03/01/2015 às 14:02
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O líbio Abu Anas al Libi, membro da Al Qaeda suspeito de ser o responsável por atentados a embaixadas dos EUA em Dar es Salaam, na Tanzânia, e em Nairóbi, no Quênia, no dia 7 de agosto de 1998, morreu em Nova York, informaram seus familiares neste sábado (3). Al Libi, 50, morreu nesta sexta-feira (2) em um hospital nova-iorquino, para onde foi transferido da prisão devido a problemas de saúde.

A morte de Abu Anas al Libi, cujo nome real é Nazih Abdul-Hamed al-Ruqai, ocorreu dias antes do início de seu julgamento em um tribunal de Nova York, afirmou seu filho, Abdel Mouin, à rede de televisão CNN.

O suspeito, que em 2013 se declarou "inocente" de três acusações - conspiração para matar cidadãos americanos, assassinato e destruição de propriedades do governo e de instalações de defesa nacional- relacionadas aos atentados de 1998, sofria de uma grave hepatite C e tinha desenvolvido câncer de fígado desde que foi capturado em outubro de 2013 em sua casa de Trípoli, na Líbia, segundo explicou Mouin à CNN.

A família de al Libi considera que o governo dos EUA é "completamente responsável" por sua morte, assegurou Mouin.

O promotor federal americano Preet Bharara indicou em uma carta ao tribunal que al Libi foi levado, na quarta-feira (31), da prisão a um hospital de Nova York, por causa de "repentinas complicações derivadas de seus duráveis problemas médicos". Segundo Bharara, a partir de então sua saúde se "deteriorou rapidamente" até sua morte na sexta-feira e ele esteve acompanhado por um imã no hospital.

Antes de ser capturado, al Libi figurava na lista dos mais procurados nos Estados Unidos desde o ano 2000 e o FBI oferecia US$ 5 milhões por informações que levassem a sua localização. Os EUA o acusavam de ter tirado as fotografias da embaixada em Nairóbi que foram depois usadas para decidir onde deviam ser colocados os veículos carregados de explosivos nos atentados perpetrados em 7 de agosto de 1998 pela rede terrorista Al Qaeda contra as embaixadas americanas no Quênia e Tanzânia.

O advogado de al Libi, Bernard Kleinman, disse ao jornal "Washington Post" que seu cliente era inocente e tinha cortado seus laços com a Al Qaeda antes dos ataques de 1998, nos quais morreram 229 pessoas. Um juiz federal de Manhattan tinha programado para o dia 12 de janeiro a seleção do júri para o julgamento de al Libi e tinha negado a processá-lo separadamente dos outros dois acusados no caso dos atentados de 1998, apesar de seus problemas de saúde.

Os outros dois acusados, ambos extraditados desde o Reino Unido em 2012, são o saudita Khalid Al Fawaz e o egípcio Adel Abdel Bary, que se declarou culpado de acusações de terrorismo e enfrenta 25 anos em prisão.
Abu Anas al Libi nasceu em Trípoli e se juntou à rede de Osama Bin Laden no início dos anos 90, no Sudão. Mais tarde, ele se mudou para o Reino Unido, onde recebeu asilo político como dissidente líbio.

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