Os advogados dos 26 homens acusados de "depravação" e de participação em "orgias homossexuais" denunciaram neste domingo que a polícia cometeu vícios de procedimento durante as prisões.
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Os réus foram presos em 7 de dezembro numa sauna pública do bairro de Azbakeya, no centro do Cairo, que segundo a investigação acolhia "orgias homossexuais".
Segundo o advogado Tarek al Awdi, o oficial de polícia que dirigiu a operação no "hamman" (ndlr: tipo de piscina pública de águas quentes) falsificou o informe.
"Trinta e três homens foram presos, mas logo depois o oficial libertou sete deles. Isso não aparece nos documentos, o que é ilegal", disse Awdi à AFP, que também mencionou que uma apresentadora de televisão esteve no local filmando as prisões, o que não aparece nos autos.
Entre os presos, estão o proprietário e quatro funcionários, condenados por "administração de lugar de depravação", enquanto outros 21 processados são acusados de "atentado ao pudor".
O advogado Islam Califa, que representa 14 acusados, disse que as autoridades afirmaram que todos os presos, salvo o proprietário e seus empregados, são homossexuais, enquanto o informe do departamento médico legal não confirma a informação.
O advogado Khaled al-Nakkache denuncia que os policiais forçaram seu cliente a tirar a roupa antes de sair da sauna.
As imagens da prisão, divulgadas por uma rede de televisão privada, mostram os acusados semi-nus, usando apenas a roupa de baixo e cobertos por uma toalha.
Após a audiência que se estendeu por duas horas, o processo foi marcado para esta segunda-feira - segundo informações obtidas pela AFP.
Embora a lei egípcia não proíba formalmente a homossexualidade, várias pessoas foram condenadas nos últimos anos por "libertinagem".
No fim de dezembro, oito homens foram condenados a um ano de prisão depois de aparecerem em um vídeo filmado, de acordo com a promotoria do caso, em um "casamento gay".