Atualizada às 08h59
As equipes de resgate na Indonésia ampliaram nesta segunda-feira as buscas no mar de Java para encontrar os cadáveres das vítimas e os destroços do avião da AirAsia, que podem ter sido arrastados pelas correntes.
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No nono dia das operações de grande magnitude realizadas pela Indonésia com a ajuda de outros países para encontrar os corpos das vítimas e os destroços do Airbus A320-200 que caiu no mar em 28 de dezembro, as autoridades esperam que os mergulhadores possam alcançar o fundo do mar depois de terem enfrentado condições difíceis nos dias anteriores.
Três novos corpos foram encontrados nesta segunda-feira, aumentando para 37 os cadáveres recuperados de um total de 162 pessoas que estavam a bordo da aeronave - 155 indonésios, o copiloto francês, um britânico, três sul-coreanos, um cingapuriano e um malaio - que havia decolado da cidade indonésia de Surabaya em direção a Cingapura e que encontrou péssimas condições meteorológicas antes de desaparecer das telas dos radares.
"Esperamos que o tempo hoje (segunda-feira) seja bom para que o ROV (veículo submarino teleguiado) e outros instrumentos possam ser utilizados, e que nossos mergulhadores possam alcançar novamente o fundo do mar", declarou à AFP S.B. Supriyadi, um dos responsáveis pelas operações.
Ele espera que todas as partes da aronave sejam localizadas nesta segunda-feira, enquanto as equipes de busca encontraram até agora cinco grandes partes do avião.
Há uma alta probabilidade de que um desses pedaços seja a cauda do Airbus, declarou nesta segunda-feira à AFP Yayan Sofiyan, comandante do navio de guerra Bung Tomo.
Isso ocorreu depois que a Agência Nacional Meteorológica indonésia indicou em um relatório preliminar que a queda da aeronave provavelmente foi provocada pelo congelamento dos motores, uma hipótese prematura, segundo os especialistas.
Caixas pretas
As equipes que realizam as operações no mar utilizam hidrofones para localizar as balizas acústicas e dois gravadores de voo, se esforçando para encontrar as caixas pretas, cruciais para determinar as causas do acidente. As buscas realizadas na costa da ilha de Bornéu se estenderão a leste, já que as fortes correntes podem ter arrastado partes da aeronave, indicou Supriyadi.
Vários aviões decolaram de Pangkalan Bun, a cidade com aeroporto mais próxima de onde os destroços foram encontrados, para prosseguir as buscas a partir do ar. Outras embarcações pequenas varrem a costa próxima tentando detectar corpos que eventualmente possam ter sido arrastados até a margem.
"Esperamos que as caixas pretas sejam encontradas o quanto antes. Se a cauda do avião ficou invertida e a porta de acesso às caixas pretas está na lama, teremos que perfurar no fundo e isso será difícil", explicou Supriyadi.
O chefe do exército, o general Moeldoko, propôs que as famílias das vítimas se dirijam à zona do acidente. "Vamos levá-las em um barco da marinha ao local para que possam deixar flores, esperando que isso apazigue o sentimento de tristeza e perda", declarou.
A prioridade para as equipes de busca, a pedido das autoridades, é localizar os cadáveres das vítimas, algumas das quais estavam atadas aos seus assentos com os cintos de segurança.
Na noite de domingo, a filha do comandante a bordo indonésio, Iriyanto, fez um apelo através da televisão pedindo que a população não acuse seu pai: "ele é simplesmente uma vítima e ainda não foi encontrado. Minha família está de luto. Sendo sua filha, não posso aceitar isso. Nenhum piloto faria algo ruim com seus passageiros", declarou Angela Anggi Ranastianis à rede de televisão TV One.
Em sua última comunicação, o experiente piloto havia pedido ao controle aéreo autorização para ganhar altura e evitar uma tempestade, antes de perder o contato. As autoridades abriram uma investigação para verificar informações segundo as quais o avião tomou um corredor de voo não autorizado.