O ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, anunciou neste sábado (10) que reforçará o atual dispositivo de proteção antiterrorista Vigipirate com meios adicionais para proteger instituições e espaços de culto ligados a muçulmanos. Mais 320 militares foram destacados para essas funções, número que pode aumentar nas próximas horas.
A decisão foi tomada ao término da quinta reunião de crise do Executivo desde o atentado terrorista de quarta-feira (7) contra o jornal "Charlie Hebdo", que deixou 12 mortos e desencadeou o assassinato de uma policial na quinta-feira (8) e os dois sequestros de sexta (9), que acabaram com quatro reféns e os três sequestradores mortos.
Cazeneuve também falou sobre os preparativos para a manifestação convocada neste domingo (11) em Paris, para a qual são esperadas milhares de pessoas. "Adotamos todas as medidas para que esta manifestação possa acontecer em um clima de recolhimento, respeito e segurança", disse o ministro.
O presidente da região da Île-de-France, zona que reúne Paris e suas cidades vizinhas, anunciou pelo Twitter que o acesso ao transporte público será gratuito no domingo, para facilitar a participação dos franceses na marcha.
O evento terá a presença de líderes europeus como a chanceler alemã, Angela Merkel, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o presidente espanhol, Mariano Rajoy. O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, também confirmou presença.
Em um discurso, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, pediu que os franceses se mantenham alertas. "Sempre há caminhos para os terroristas entrarem aqui [na França] e há muitas pessoas envolvidas com o jihadismo. Há também ameaças internas. Nunca devemos baixar nossa guarda e temos que ser realmente fortes onde os inimigos da liberdade estão presentes", disse Valls.