O avião da AirAsia que caiu há duas semanas no mar de Java, na indonésia, provavelmente "passou por uma explosão" antes de chegar às águas, por causa de uma mudança significativa na pressão do ar.
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"Minha análise, com base nos destroços encontrados e em outras informações, é de que o avião passou por uma explosão antes de tocar o mar", disse à imprensa Supriyadi, coordenador das operações da Agência Nacional de Busca e Resgate.
Ele afirmou que o lado esquerdo da aeronave aparentemente de desintegrou, apontando para uma mudança de pressão que poderia ter causado uma explosão.
Para apoiar sua teoria, ele afirmou que pescadores da região declararam ter escutado uma explosão e visto fumaça sobre a água.
Um investigador do Comitê Nacional de Segurança de Transportes da Indonésia (CNST) , Santoso Sayogo, entretanto, negou a informação à agência de notícias Reuters também nesta segunda. "Não há dados que apoiem essa teoria" disse ele sobre a possibilidade de explosão.
CAIXAS-PRETAS
As equipes de resgate da Indonésia conseguiram recuperar nesta segunda-feira (12) uma das duas caixas-pretas do avião da AirAsia que caiu há duas semanas no mar de Java com 162 pessoas a bordo, informou a imprensa local.
O chefe da agência indonésia de resgate Basarnas, Bambang Soelistyo, disse que o dispositivo que se pôde levar para a superfície é o de registro de voo, segundo o jornal "The Straits Times".
A caixa-preta recuperada é a responsável por armazenar os dados do voo e já chegou a Jacarta para análise. Ela aparenta estar em boas condições, disse o chefe do CNST, Tatang Kurniadi.
Contudo, os investigadores podem levar um mês para ler todos os dados. "O download é fácil, deve levar um dia. Mas a leitura é mais difícil, pode levar de duas semanas a um mês", disse o investigador-chefe do CNST, Mardjono Siswosuwarno.
A outra caixa-preta, responsável por gravar conversas entre piloto e co-piloto no cockpit, também já foi encontrada, mas encontra-se presa em meio a escombros do avião. Mergulhadores trabalham para recuperá-la.
As caixas-pretas foram detectadas no domingo (11) a uma profundidade de entre 30 e 32 metros, mas não puderam ser recuperadas por estarem presas entre os destroços da aeronave.
Os dois dispositivos são fundamentais para entender o que se passou durante o voo e o que exatamente derrubou o avião.
QUEDA
O voo QZ8501 decolou da cidade de Surabaia às 5h20 locais do dia 28 de dezembro e deveria chegar a Cingapura duas horas depois, mas caiu no mar de Java após 40 minutos de voo.
O avião transportava 162 passageiros, em sua maioria indonésios. 48 corpos já foram encontrados.
No dia do acidente havia formações de 'cumulus nimbus', nuvens em forma de espiral com ar quente e úmido que geram fortes chuvas e raios.
O piloto chamou a torre de controle na Indonésia quando sobrevoava o mar de Java pelo sul de Bornéu e solicitou permissão para virar à esquerda e subir desde 32 mil pés de altitude até os 38 mil para fugir de uma tempestade.
A permissão foi negada, já que havia outra aeronave nas coordenadas pedidas pelo piloto.
Entretanto, a torre autorizou que o voo subisse para os 34 mil pés instantes depois, mas não conseguiu mais contato com a aeronave.