A última onda de ataques "odiosos e brutais" dos combatentes islamitas do Boko Haram no nordeste da Nigéria provocaram a fuga de 11.320 pessoas para o Chade nos últimos dias, indicou nesta terça-feira o Alto Comissariado para os Refugiados das Nações Unidas (Acnur).
Em 3 de janeiro, os insurgentes islamitas atacaram Baga, um grande centro comercial regional localizado no extremo nordeste da Nigéria. Em grande número e fortemente armados, os combatentes do Boko Haram tomaram a cidade e sua importante base militar.
No dia seguinte, toda a cidade foi arrasada, bem como uma dúzia de aldeias vizinhas. As últimas informações sobre a tomada de Baga sugerem que se trata-se do massacre mais sangrento desde o início da insurgência islâmica na Nigéria em 2009, que causou 13.000 mortos.
Cerca de 20.000 pessoas fugiram da região de Baga, de acordo com o Acnur, em Genebra. Desses, 11.320 chegaram no vizinho Chade, incluindo 60% de mulheres e meninas, de acordo com a porta-voz do Acnur, Ravina Shamdasani.
"Parece certo que houve massacres em massa", disse, acrescentando que não tinha detalhes sobre o caso e que a área permanece inacessível. Em sua fuga, 2.000 pessoas ficaram bloqueadas em uma ilha do lago Chade. O Acnur trabalha para resgatá-las.
Desde o início dos ataques do Boko Haram, cerca de 135.000 pessoas fugiram do norte da Nigéria para países vizinhos e sua situação está se tornando cada vez mais precária, de acordo com organizações humanitárias. Pelo menos 850.000 pessoas estão deslocadas dentro do país.