A Ucrânia lançou nesta terça-feira sua quarta onda de mobilização militar que deve envolver cerca de 50.000 homens, no momento em que as hostilidades prosseguem no leste rebelde pró-russo, deixando dois mortos entre os civis.
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Esta mobilização terá a duração de 90 dias e será seguida de duas outras, para atingir um total de 104.000 homens.
Serão convocados todos aqueles que receberam uma formação militar - condutor de tanques de guerra, atiradores, paraquedistas, ou ainda motoristas e mecânicos - segundo indicaram as autoridades ucranianas.
No leste do país, a situação continua tensa nesta terça-feira. O Exército ucraniano registrou uma centena de disparos do lado rebelde contra suas posições nas últimas 24 horas. Dezenove soldados foram feridos por esses tiros, informou um porta-voz militar, Andriï Lyssenko.
No reduto separatista de Donetsk, tiros regulares foram ouvidos durante toda a noite e no início da manhã, segundo relatos de jornalistas da AFP no local.
Dois civis morreram e oito outros foram feridos gravemente nesta terça-feira de manhã por um tiro de artilharia que atingiu um ponto de ônibus e lojas próximas, informaram as autoridades separatistas locais.
No aeroporto de Donetsk, onde se concentraram nos últimos dias combates violentos durante os quais os ucranianos conseguiram repelir uma importante ofensiva separatista, a intensidade dos confrontos diminuiu ligeiramente, declarou à AFP um porta-voz militar, Vladislav Selezniov.
"Isso está relacionado ao fato de que os militares ucranianos conseguiram limpar a área ao redor do aeroporto e destruíram as posições de disparos dos rebeldes", assegurou.
"Os separatistas compreenderam não seriam capazes de se impor diretamente (...) e, assim, começaram a atirar contra as localidades onde estão localizadas as posições de artilharia ucranianas que apoiam os soldados que lutam no aeroporto", explicou ele, citando as aldeias de Pisky, Avdiivka e Tonenke.
Na região vizinha de Lugansk, tiros de morteiros rebeldes atingiram um edifício residencial na cidade de Chtchastie, ferindo várias pessoas e danificando cerca de trinta apartamentos, indicou o governador pró-Kiev deste território.
O conflito armado entre os separatistas pró-russos e as forças ucranianas mataram mais de 4.800 pessoas desde abril e tem vivido um aumento da violência nos últimos dez dias.
Kiev e o Ocidente levam meses acusando os russos de deslocar tropas nas regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, embora Moscou sempre o tenha negado.
Segundo as últimas estimativas de Kiev, mais de 8.500 soldados russos estavam no leste da Ucrânia em meados de janeiro.
Esta nova escalada da violência preocupa, após as poucas semanas de relativa calma, que anteciparam o cessar-fogo assinado em 9 de dezembro.