INDIGNAÇÃO

Japão condena execução de um refém pelo EI e exige a libertação do segundo

Políticos e familiares da vítima expressaram indignação com assassinato de refém japonês

Da AFP
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Publicado em 25/01/2015 às 9:45
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O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, condenou o "vil e imperdoável" assassinato de um refém japonês anunciado pelo grupo jihadista Estado Islâmico em um vídeo considerado crível, e exigiu a libertação imediata de um segundo compatriota.

"Tal ato terrorista é vil e imperdoável, condeno nos termos mais fortes", disse Abe, expressando suas condolências à família do refém assassinado, Haruna Yukawa, provavelmente capturado na Síria em agosto.

Ao mesmo tempo, Abe exigiu a libertação imediata do jornalista Kenji Goto, provavelmente sequestrado pelo EI no final de outubro.

Os líderes dos principais partidos políticos japoneses expressaram sua indignação, enquanto o pai da vítima, entrevistado por canais de televisão, não conteve a emoção.

"Vamos continuar a combater o terrorismo em conjunto com a comunidade internacional", prometeu o primeiro-ministro.

O presidente Barack Obama declarou, por sua vez, que os Estados Unidos vão se manter "ao lado de seu aliado japonês para conduzir esses assassinos à justiça e tomar medidas para enfraquecer e, finalmente,  eliminar o EI".

Em visita à Índia, Obama telefonou a Abe para expressar suas condolências e sua "solidariedade com o povo japonês".

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, denunciou "mais uma vez a barbárie assassina desses terroristas", enquanto o presidente francês, François Hollande, condenou um "assassinato bárbaro".

O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, também condenou neste domingo um assassinado "odioso e bárbaro", expressando sua "compaixão mais profunda para com a família e os amigos da vítima".

Para o chefe da diplomacia alemã, "este ato bárbaro do Estado Islâmico reforça nossa vontade de continuar, com todas as nossas forças, a lutar contra o terror desumano desta organização".

 

Vídeo crível

Apesar das dúvidas iniciais quanto à autenticidade do vídeo, Abe considerou "elevada" a credibilidade das imagens.

"Temos examinado cuidadosamente as imagens e as análises continuam, mas, infelizmente, acredito que a credibilidade dessas imagens é alta", disse ele.

"Ainda assim, continuaremos a verificação", insistiu o porta-voz do governo, Yoshihide Suga.

As declarações de Obama e Cameron também sugerem que seus serviços de inteligência consideraram o vídeo autêntico.

A gravação, de cerca de três minutos, mostra uma imagem fixa de Goto, vestido com um macacão laranja, segurando a foto do que parece ser o corpo de Yukawa.

As imagens são acompanhadas por um texto em inglês supostamente lido por Goto no qual recrimina Abe por não ter pago o resgate exigido de 200 milhões de dólares.

Rita Katz, diretora do SITE, o centro americano de vigilância on-line do movimento jihadista, afirmou pouco antes que a gravação foi "postada pelo EI", embora "não apresente as mesmas características que os vídeos anteriores de decapitações. A montagem foi feito visivelmente de forma apressada e faltam as logos habituais da Al-Furqan Media Foundation, o braço armado midiático do EI".

 

Determinado a não ceder 

A transmissão do vídeo ocorreu cerca de 36 horas após a expiração do ultimato de 72 horas lançado na terça-feira pelo EI, que ameaçou executar os dois japoneses, a menos que recebesse o resgate de 200 milhões de dólares, um valor simbólico que representa o prometido pelo governo japonês aos países afetados pelo grupo extremista.

O governo, que tem recebido muita pressão estrangeiras para não ceder, reafirmou sua intenção de cooperar com a comunidade internacional na luta contra os islamitas, apesar de se limitar a um apoio não militar, já que a Constituição proíbe o Japão de se engajar militarmente.

"Nossa posição não mudou", reiterou neste domingo Suga.

Neste momento, a prioridade de Abe é "fazer todo o possível para que Goto seja libertado rapidamente", ressaltou o porta-voz, que pediu "ajuda a outras nações, começando com a Jordânia", onde está detida Sajida Rishawi, uma iraquiana condenada à morte e cuja libertação o EI reivindica no novo vídeo em troca da liberdade do refém japonês.


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