A milícia xiita huthi libertou nesta terça-feira o chefe de gabinete do presidente do Iêmen, cujo sequestro, há dez dias, mergulhou o país em uma crise política.
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Os huthi entregaram Ahmed Awad ben Mubarak ao comitê que mediava sua libertação, informou à AFP Hussam al Shargabi, um dos negociadores.
Os milicianos huthi controlam a capital do Iêmen desde setembro.
O sequestro de Ben Mubarak em 17 de janeiro passado marcou o início de uma crise que levou, diante do avanço dos rebeldes, à renúncia do presidente iemenita, Abd Rabbo Mansur Hadi, e de seu gabinete.
A libertação de Ben Mubarak acontece depois de o enviado da ONU no Iêmen, Jamel Benomar, ter-se reunido com os huthis na segunda-feira. No encontro, foi acertada a implementação de um acordo político firmado em 21 de setembro passado e que prevê a retirada das milícias de Sanaa.
Nesta terça, Benomar manifestou sua "alegria" com a libertação do funcionário e comentou que esse gesto se deu após a articulação de "intensos esforços". O enviado da ONU pediu aos huthis que adotem as medidas possíveis para tranquilizar outros grupos políticos e a população do Iêmen.
Segundo ele, a libertação de Ben Mubarak vai reduzir as tensões e fazer o diálogo avançar.
Em discurso transmitido pela televisão, o líder da milícia Ansaruallah, Abdulmalik al Huthi, convocou uma reunião para esta sexta-feira, com a participação de todos os setores políticos, sociais e grupos tribais do país "para rever a situação política e de segurança para tomar importantes decisões".