O Parlamento ucraniano adotou, nesta terça-feira (27), uma resolução classificando a Rússia de "Estado agressor" e de "organizações terroristas" as repúblicas separatistas pró-russas do leste do país, chamando os ocidentais a reforçar suas sanções contra Moscou. Um total de 271 deputados, de um mínimo requerido de 226, votaram a favor desta decisão, que insta o Ocidente a considerar como "organizações terroristas" as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e de Lugansk.
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A votação ocorreu durante uma sessão extraordinária do Parlamento, convocada após uma nova escalada da violência e da intensificação dos combates no leste, onde um bombardeio matou no sábado 30 civis na cidade portuária de Mariupol. De acordo com a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), o ataque foi lançado a partir de áreas controladas pelos rebeldes.
Neste contexto, os deputados ucranianos pediram a introdução de "novas sanções" contra Moscou para "parar a agressão russa" e acabar com a "ocupação ilegal da Crimeia", a península ucraniana anexada pela Rússia em março. O bloco de oposição pró-russo propôs aos deputados que pedissem à ONU o envio de forças de paz para o leste rebelde, uma ideia rejeitada pela coalizão pró-ocidental no poder.
Kiev e o Ocidente acusam a Rússia de apoiar militarmente os separatistas, enviando tropas regulares no leste da Ucrânia. Moscou nega qualquer envolvimento nesse conflito que já deixou mais de 5.000 mortos em nove meses.