Um estudo feito pelo Pentágono em 2008 afirma que o presidente russo, Vladimir Putin, tem síndrome de Asperger, e atribui a esta condição uma necessidade de exercer "controle extremo" quando confrontado com crises, revelou um informe publicado nesta quinta-feira.
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Após estudar os movimentos e as expressões faciais do chefe de Estado russo em imagens de vídeo, especialistas especularam que o desenvolvimento neurológico de Putin sofreu algum distúrbio na infância, dando a ele um senso de desequilíbrio físico e desconforto com a interação social, segundo relatório elaborado pelo 'think tank' (centro de estudos) interno do Pentágono, o 'Office of Net Assessment'.
"Esta profunda mudança comportamental foi identificada por neurocientistas de renome como Síndrome de Asperger, um distúrbio do espectro autista, que afeta todas as decisões dele", escreveu a autora do estudo, Brenda Connors, da Escola de Guerra Naval dos Estados Unidos.
"Em situações de crise, para estabilizar a si próprio e suas percepções, diante de qualquer contexto em evolução, ele reage impondo um extremo controle", escreveu Connors, que também estudou a linguagem corporal de outros líderes mundiais.
O jornal USA Today foi o primeiro a divulgar o estudo, na quarta-feira, seguindo um pedido baseado na Lei da Liberdade de Informação.
A condição de Putin também pode levá-lo a "privar-se de estímulos sociais, como fez na época do incidente com o submarino nuclear Kursk", no ano 2000, quando a embarcação russa naufragou no Mar de Barents, matando sua tripulação, acrescentou o estudo.
A teoria sobre a condição de Putin não poderia ser confirmada definitivamente sem um exame de escâner cerebral, explicaram os autores da pesquisa. Mas especialistas citaram os movimentos corporais do presidente russo e suas "micro-expressões" como indícios de Asperger, uma forma de autismo de alto rendimento.
Desde que chegou ao poder, mais de uma década atrás, Putin tem atormentado os Estados Unidos. Especialistas em Washington foram pegos de surpresa pela decisão do presidente de anexar a península da Crimeia, no ano passado, e apoiar separatistas pró-Moscou na Ucrânia.
É conhecida a expressão do ex-presidente americano, George W. Bush, que dizia olhar nos olhos do colega russo e, mesmo assim, ser incapaz de enxergar "sua alma". Mas o estudo do Pentágono afirma que o olhar indiferente de Putin reflete uma anormalidade neurológica e a incapacidade de captar dicas sociais.
Sua condição significa que Putin demonstraria uma "hipersensibilidade" e "uma forte confiança em respostas diretas, rápidas e frias" ao invés de um comportamento social mais variada, acrescentou.
O Pentágono negligenciou o estudo, afirmando que nunca completou a trajetória até a mesa do Secretário de Defesa ou outros altos tomadores de decisão.
"O Office of Net Assessment não enviou estes informes ao secretário e não está informado sobre quaisquer demandas de um líder do DoD (Departamento de Defesa) para revisar estes relatórios", declarou à AFP a tenente-coronel Valerie Henderson, porta-voz do Pentágono.
Todos os indícios eram de que "os relatórios permaneceram no escritório", afirmou.
O autor do informe, no entanto, argumentou que examinar o movimento corporal de líderes e seu potencial "para prever o comportamento e as decisões é um instrumento poderoso como um sistema de defesa em evolução".