Conflito

EUA buscam provas da morte de refém americana na Síria

O EI anunciou que a refém americana Kayla Mueller foi morta em um ataque aéreo da coalizão

AFP
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Publicado em 06/02/2015 às 19:35
Foto: MATT HINSHAW / THE DAILY COURIER / AFP
O EI anunciou que a refém americana Kayla Mueller foi morta em um ataque aéreo da coalizão - FOTO: Foto: MATT HINSHAW / THE DAILY COURIER / AFP
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Os Estados Unidos não têm provas que confirmem a declaração do grupo Estado Islâmico (EI), segundo o qual uma refém americana teria morrido no bombardeio lançado por um avião jordaniano na Síria.

"Estamos, é claro, muito preocupados com esses informes, mas não temos, até agora, nenhuma prova que corrobore o que foi dito pelo EI", afirmou a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Bernardette Meehan.

Nesta sexta-feira, o EI anunciou que a refém americana Kayla Mueller foi morta em um ataque aéreo da coalizão internacional na Síria, na região de Raqa (norte).

"A aviação da coalizão dos cruzados bombardeou uma posição na periferia de Raqa, depois das orações de sexta-feira. Nenhum combatente foi atingido, mas podemos confirmar que uma refém americana morreu nos ataques", relatou o EI em um comunicado postado nos sites jihadistas.

No título, o EI menciona que a Força Aérea jordaniana matou a refém americana, mas, no texto, refere-se unicamente a um ataque da coalizão. O comunicado assinado pelo gabinete de informações da província de Raqa não é acompanhado por fotos da suposta refém, mostrando apenas imagens de imóveis destruídos. Ela teria morrido soterrada.

A legenda de uma das fotos de um prédio em ruínas diz se tratar dos escombros do local onde a refém morreu.

Nos Estados Unidos, a família de Kayla confirmou que a jovem, uma funcionária humanitária do Arizona (sudoeste), foi sequestrada pelo EI em Aleppo, na Síria, em 4 de agosto de 2013.

Segundo a família, que pediu à imprensa que trate do assunto com cautela, Kayla Mueller chegou em dezembro de 2012 à fronteira turco-síria para trabalhar com as ONGs Support to Life e Danish Refugee Council, que ajudam os refugiados sírios.

Em maio de 2014, a família recebeu uma confirmação de seu cativeiro e uma prova de vida.

Um porta-voz do governo jordaniano disse à AFP que "estamos muito céticos".

"Como podem identificar um avião jordaniano de tão longe? O que a americana fazia em um depósito de armas? Isso é parte de sua propaganda criminosa", completou a fonte consultada pela AFP.

Já o Exército da Jordânia apenas indicou que seus aviões realizaram novos ataques contra o EI nesta sexta e "destruíram posições dessa organização terrorista".

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) informou que mais de 30 jihadistas do EI foram mortos, e vários equipamentos, destruídos, nos ataques da coalizão nesta sexta-feira, no norte da Síria. Os ataques visaram principalmente à região oeste da cidade de Raqa, autoproclamada capital do EI, de acordo com o OSDH.

A Jordânia, membro da coalizão internacional que combate o EI, anunciou na quinta-feira ter realizado ataques aéreos contra posições jihadistas na Síria e no Iraque em resposta à execução brutal pelo grupo de um de seus pilotos, queimado vivo em uma jaula.

O Estado Islâmico já anunciou a execução de três reféns americanos (dois jornalistas e um trabalhador humanitário), dois voluntários britânicos, dois reféns japoneses e um piloto jordaniano.

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