Igreja

Papa é criticado por defender palmadas em crianças

Pontífice tem uma visão bastante tradicional da família e da educação, que combina suavidade e firmeza

Da AFP
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Publicado em 06/02/2015 às 12:38
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Pontífice tem uma visão bastante tradicional da família e da educação, que combina suavidade e firmeza - FOTO: Foto: AFP
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As declarações do Papa Francisco defendendo que um pai pode dar uma palmada em seu filho para puni-lo, provocou uma onda de críticas, especialmente na Alemanha e no Reino Unido.

"Um bom pai sabe esperar e perdoar, mas também corrigir com firmeza. Não é nem fraco, nem permissivo, nem sentimental", disse o Papa durante sua audiência geral no Vaticano sobre o papel do pai na família.

Saindo do texto preparado, ele acrescentou: "uma vez, durante uma reunião, ouvi um pai dizer: 'às vezes dou umas palmadas em meus filhos, mas nunca no rosto para não humilhar'. Isso é bonito, tem um senso de dignidade. Ele deve punir, e de maneira justa". Passada quase despercebida na Itália, a observação foi fortemente criticada mais ao norte.

"Não há nenhum tipo de tapa contra filhos digno. Temos de ser claros. Toda violência contra as crianças é totalmente inaceitável", declarou a ministra alemã da Família, Manuela Schwesig (SPD, centro-esquerda) ao jornal Die Welt.

A associação Ajuda Alemã à Infância pediu o pontífice argentino que corrigisse o quanto antes o erro: "Este Papa é particularmente Humano, mas todo Homem pode errar. Afirmar que é normal  bater (em uma criança) se isso for feito com dignidade, é algo totalmente equivocado".

Peter Saunders, fundador de uma associação britânica anti-pedofilia e membro da nova comissão do Vaticano para a proteção da criança, declarou ao Daily Telegraph que a declaração foi "muito indesejável".

"Estou surpreso, mesmo que as vezes ele cometa gafes", disse Saunders, que está em Roma para a primeira reunião plenária do Comitê.

O Papa Francisco tem uma visão bastante tradicional da família e da educação, que combina suavidade e firmeza. Ele ataca regulamente os pais ditadores, mas também aqueles que se comportam como amigos de seus filhos.

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