Intensos combates entre rebeldes xiitas e membros sunitas de tribos do sul do Iêmen deixaram 26 mortos, disseram oficiais militares e de segurança nesse sábado (14), enquanto dezenas de milhares de pessoas marchavam para protestar contra regra dos rebeldes.
A violência foi o último incidente a abater o volátil Iêmen, onde os rebeldes tomaram o poder, mas não controlam todo o país e estão sendo confrontados por um poderoso ramo da al-Qaeda. As negociações das Nações Unidas, chefiadas pelo enviado Jamal Benomar, tem o objetivo de resolver o impasse que se instalou.
Os rebeldes, conhecidos como houthis, foram apoiados por tropas do exército quando eles lutaram contra homens das tribo na província de Bayda em confrontos que começaram na noite anterior. Os houthis perderam 16 combatentes e os homens da tribo dez disseram os funcionários.
Enquanto isso, dezenas de milhares marcharam em protesto contra houthis neste sábado (14) em cidades de Ibb, Taiz, Hodeida, Dhamar, além da capital, Sanaa. Em Ibb, manifestantes colocaram um veículo militar houthi em chamas antes de os rebeldes os dispersassem, ferindo pelo menos três pessoas.
Funcionários do escritório do Benomar, disseram ainda neste sábado que as negociações entre os grupos políticos continuam e que opiniões estavam se convergindo. Todos os funcionários falaram sob condição de anonimato porque não estavam autorizados a liberar a informação de outra forma.
Também no sábado, Holanda, Espanha e Emirados Árabes Unidos se tornaram os últimos países a encerrar as operações de embaixada em Sanaa, anunciando que eles estavam evacuando diplomatas. Arábia Saudita, Itália, Alemanha, Estados Unidos, França e Grã-Bretanha tomaram medidas semelhantes tomadas em meio à crescente incerteza política, ameaçando o isolamento internacional do país.
O presidente eleito do Iêmen renunciou no mês passado depois de uma luta de poder de vários meses com os rebeldes, que têm controlado Sanaa desde setembro. Desde então os rebeldes dissolveram o parlamento e o presidente Abed Rabbo Mansour Hadi e seus ministros continuam sob prisão domiciliar rebelde.
Os houthis, cujo reduto é no norte do Iêmen, são membros da seita xiita Zaydi, que compõe quase 30% da população do Iêmen. Sua aquisição encorajou os sunitas militantes do ramo da Al-Qaeda no Iêmen, que sofreu com os ataques intensos no Iêmen central e do sul, levantando preocupações de um conflito sectário.