CESSAR-FOGO

Dois mortos após entrada em vigor do cessar-fogo, mas combates cessam na Ucrânia

Uma mulher e um idoso morreram em um bombardeio, que aconteceu 20 minutos depois do início da trégua

Da AFP
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Publicado em 15/02/2015 às 9:04
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Dois civis morreram em um bombardeio registrado pouco depois da entrada em vigor do cessar-fogo entre as forças ucranianas e os separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, embora neste domingo (15) os combates tenham praticamente cessado.

"Pouco depois da meia-noite [hora local de entrada em vigor do cessar-fogo], lança-mísseis Grad alcançaram o centro da localidade de Popasna e dois civis morreram", informou Guennadi Moskal, governador leal ao governo ucraniano da região de Lugansk.

Os mortos no bombardeio, que aconteceu vinte minutos depois do início da trégua, são um idoso e uma mulher.

Os disparos procederam, segundo Kiev, de uma zona controlada pelos rebeldes cossacos, que não obedecem à ordem de cessar-fogo dada pelo comando rebelde.

Apesar deste registro, as autoridades de Kiev informaram que por ora os combates cessaram e só se constatava confrontos isolados.

 

 O dia mais violento em vários meses

O sábado (14) foi militarmente o dia mais volento dos últimos meses, segundo várias fontes. Ao menos 16 pessoas - oito militares ucraniano e oito civis - morreram em 24 horas.

Ao longo do dia, separatistas pró-Rússia intensificaram os ataques contra as cidades estratégicas do leste da Ucrânia.

Os principais combates eram registrados em Debaltseve, cidade ferroviária estratégica entre as capitais rebeldes de Donetsk e Lugansk.

Os combates também se intensificam nas proximidades de Mariupol. O exército ucraniano assegurou ter localizado 14 voos de drones inimigos na direção desta cidade.

O texto do acordo de trégua Minsk 2, fechado após 16 horas de negociação entre os líderes da Rússia, Ucrânia, França e Alemanha, projetou esperança, no momento em que o conflito se agrava, após 10 meses de hostilidades, que deixaram 5,5 mil mortos.

O cessar-fogo será a primeira prova do compromisso de Kiev e dos rebeldes com a assinatura do acordo. Com os separatistas lutando para conquistar o que puderem de território antes da entrada em vigor do documento, existe o temor de que a trégua não seja respeitada.

A maioria dos especialistas acredita que o novo acordo de paz é insuficiente, uma vez que não prevê mecanismos concretos para resolver questões litigiosas. Não menciona, por exemplo, o controle da fronteira com a Rússia, da qual 400 quilômetros estão nas mãos dos rebeldes, e pela qual, segundo Kiev e o Ocidente, a Rússia infiltra armas e tropas.

Mas o presidente russo Vladimir Putin reafirmou, após uma conversa telefônica com seu colega francês François Hollande e a chanceler Angela Merkel, seu compromisso a respeito do cessar-fogo.

Os três também concordaram em realizar um primeiro balanço neste domingo sobre a aplicação do cessar-fogo.

O presidente Barack Obama, por sua vez,  expressou a seu colega ucraniano sua solidariedade e profunda preocupação com a violência no leste separatista da Ucrânia.

"O presidente falou hoje com o presidente ucraniano Poroshenko para expressar sua simpatia pelo aumento do número de vítimas do conflito no leste da Ucrânia e sua profunda preocupação com a violência em curso, particularmente em torno de Debaltseve", afirma um comunicado da Casa Branca.

Obama e Poroshenko "enfatizaram a necessidade de que todos os signatários implementem o cessar-fogo e os protocolos do acordo alcançado em Minsk em setembro passado e refirmado pelo Plano de Implementação de Minsk esta semana", afirma o texto.

 

 

 

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