O governo da Ucrânia e os separatistas pró-Rússia voltaram a se acusar nesta sexta-feira (20) de rompimento do cessar-fogo que está em vigor desde domingo (15) no leste do país e que se cumpriu em linhas gerais na maior parte da área do conflito.
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Segundo as autoridades ucranianas, os rebeldes violaram 49 vezes a trégua nas últimas 24 horas, a maioria delas na região da cidade de Donetsk, que é controlada e está na área destinada aos separatistas no acordo de Minsk.
Por outro lado, os rebeldes acusaram as forças ucranianas de fazer o mesmo 51 vezes na mesma cidade. Na versão deles, a intensidade dos ataques "aumentou bruscamente" em comparação ao dia anterior, que foi tranquilo.
Em outras áreas, os combates começaram a arrefecer, em especial após a retirada do Exército ucraniano de Debaltseve, cidade estratégica que era o principal ponto de confronto desde o final de janeiro.
Nesta quinta (19), os separatistas afirmaram terem encontrado corpos de 57 soldados ucranianos e terem apreendido armamento pesado, incluindo 28 tanques. As autoridades de Kiev afirmam que 82 militares estão desaparecidos após a retirada.
A saída de Debaltseve foi criticada de aliados do presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, e de militares. Na visão deles, o chefe de Estado errou ao permitir que os rebeldes tivessem o domínio da região.
TROCA
Nesta sexta (20), a autoproclamada República Popular de Donetsk, uma das autoridades separatistas do leste ucraniano, anunciou que começará neste sábado (21) uma troca de prisioneiros com o governo de Kiev.
Em nota, a organização afirmou que a troca ocorrerá através do método de lista e que 300 militares ucranianos se entregaram aos comandos rebeldes depois que Debaltseve foi tomada. As autoridades de Kiev, no entanto, não confirmam a iniciativa.