O Ministério Público da Venezuela enviará nesta sexta-feira (20) a denúncia contra o prefeito de Caracas, Alberto Ledezma, acusado de "conspiração para organizar e executar atos violentos" contra o governo do presidente Nicolás Maduro.
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Ledezma foi preso em uma operação do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) na tarde de quinta (19), enquanto estava em seu escritório privado. A detenção ocorreu em virtude de uma ordem judicial pedida pelo órgão.
Segundo os promotores Katherine Harington e Yeison Moreno, Ledezma está envolvido na realização de vários vídeos em que pessoas manifestaram sua intenção de atacar prédios públicos e privados para provocar o caos no país.
Neste caso, foram presos Lorent Gómez Saleh, Gabriel Valles, Ronny Navarro, Gerardo Carrero e Renzo Prieto. Gómez Saleh, dirigente da ONG Operación Libertad, foi deportado em 2014 enquanto estudava na Colômbia.
Na ocasião, o governo divulgou fotos em que Gómez Saleh e outros integrantes da ONG aparecem com fuzis e outras armas pesadas. A partir disso, o Ministério Público acusou-os de fazer treinamento militar no país vizinho para tentar derrubar o presidente.
Os promotores não divulgaram qual seria a relação de Ledezma com os demais presos. O prefeito está preso na sede da agência de inteligência, onde nas últimas horas foi permitido o acesso de seu advogado de defesa e de sua mulher, Mitzy Capriles de Ledezma, que em seguida participou de um ato em Caracas.
Com Lilian Tintori, mulher do dirigente opositor preso Leopoldo López, ela transmitiu uma mensagem do marido, que havia pedido a seus seguidores que vão às ruas "se desejam recuperar a democracia".
Ela exigiu a libertação imediata do marido, assim como sua renúncia à Presidência. "Quando veja sua cara no espelho, que eu imagino que sejam muitas, tem que ver também as caras de Leopoldo, Antonio e todos os estudantes presos".
Para Mitzy Capriles, o governo venezuelano "ficou pequeno" para Maduro. Em seguida, pediu ao seguidores do marido que participem de um protesto da Mesa de Unidade Democrática, a maior coalizão opositora do país.
O grupo convocou os venezuelanos a acenderem uma vela e saírem às ruas para um panelaço às 20h (22h30 em Brasília) em sinal de repúdio à prisão de Ledezma.