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Zona do euro e Grécia negociam acordo para evitar outra crise na Europa

Sem um acordo, a Grécia corre o risco de se ver sem recursos e condenada a uma saída da zona do euro.

Da AFP
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Publicado em 20/02/2015 às 16:35
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Sem um acordo, a Grécia corre o risco de se ver sem recursos e condenada a uma saída da zona do euro. - FOTO: FOTO ARIS MESSINIS AFP
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Atenas e a zona do euro, liderada pela Alemanha, iniciam nesta sexta-feira uma nova reunião de ministros das Finanças para tentar chegar a um acordo sobre o financiamento da Grécia e evitar um novo período de incertezas na Europa.

A reunião do Eurogrupo (integrado pelos 19 ministros das Finanças da zona do euro) estava programada para começar às 14H00 GMT (12H00 de Brasília), mas as discussões demoraram a decolar em um ambiente denso e de confrontação entre Alemanha e Grécia.

"Não preciso nem dizer que as negociações são bastante complicadas. Há motivos para sermos otimistas, mas é muito difícil", admitiu o presidente del Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, antes de dar início às negociações sobre a prorrogação do programa de financiamento da Grécia, que termina dentro de oito dias.

Sem um acordo, a Grécia corre o risco de se ver sem recursos e condenada a uma saída da zona do euro.  

"A Grécia está e deve continuar na zona do euro", afirmou nesta sexta-feira o presidente francês, François Hollande, após um almoço em Paris com a chanceler alemã, Angela Merkel, antes da reunião do Eurogrupo, que por fim iniciou às 16H30 locais (15H30 GMT, 13H30 de Brasília), com uma hora e meia de atraso.

"A ação política tem como objetivo manter Atenas na zona do euro", reforçou Merkel, durante uma coletiva de imprensa conjunta na capital francesa.

"É preciso melhorar consideravelmente a substância das propostas (gregas) para que obtenhamos um acordo do Bundestag", disse Merkel, referindo-se à necessária aprovação pela câmara baixa alemã de um acordo com a Grécia.

A reunião dos 19 ministros de Finanças da Eurozona, a terceira em menos de dez dias, deveria resultar em um acordo sobre a extensão do programa de ajuda à Grécia, que expira em 28 de fevereiro. 

A Grécia quer virar a página da austeridade. Mas a Alemanha, com a inflexibilidade encarnada por seu ministro da Economia, o conservador Wolfgang Schäuble, exige que Atenas continue saneando suas contas públicas e faça as reformas estruturais exigidas em troca dos planos de apoio no valor de 240 bilhões de euros.

Para facilitar um acordo, uma mediação foi organizada nesta sexta-feira pela zona euro, o FMI e a Comissão Europeia entre Schauble e seu colega grego Yanis Varoufakis -ambos mantêm relações difíceis-, segundo uma fonte grega.

"Não recorremos um quilômetro, mas dez, esperamos que nossos parceiros recorram o caminho restante", disse Varoufakis em sua chegada, expressando seu desejo de que haja uma "fumaça branca ao fim da reunião". 

A Alemanha não está sozinha, conta com o apoio da Finlândia e dos países bálticos ao norte, além da Espanha e de Portugal.

Atenas quer flexibilidade

Atenas deu na quinta-feira um passo importante em direção ao um compromisso, pendido a extensão da assistência financeira da zona do euro.

Em uma carta dirigida ao Eurogrupo, o governo grego também disse estar disposto a aceitar a supervisão de seus credores (UE, BCE e FMI) e se comprometeu a se abster de "qualquer ação unilateral" que prejudique suas metas orçamentárias.

Em troca pede alguma flexibilidade que permita retificar as medidas de austeridade mais penosas, tal como prometeu Alexis Tsipras, o novo primeiro-ministro de esquerda durante sua campanha vitoriosa. O fim da flexibilidade será muito debatido pelo medo de vários países de que a Grécia não cumpra seus compromissos.

Após receber o pedido grego, o ministério alemão da Economia foi lacônico ao recusá-lo, dizendo que não via nenhuma "solução substancial". 

Entretanto, ainda na quinta-feira uma porta-voz da chanceler Angela Merkel suavizou, de Berlim, essa posição. 

"Para o governo alemão, [a demanda grega] ainda não é suficiente, mas ela considerada como um ponto de partida para outras negociações", disse a porta-voz.

Caso não se chegue a um acordo, o primeiro-ministro grego pedirá a convocação de uma cúpula de emergência da União Europeia no domingo.

"O primeiro-ministro, Alexis Tsipras, informou ao chefe do Conselho da Europa, Donald Tusk, que a Grécia solicitará a convocação de uma cúpula de emergência da UE no domingo se não houver um resultado positivo nas negociações do Eurogrupo nesta sexta-feira", informou uma fonte do governo em Atenas.

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