O presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, admitiu ter subestimado o grupo radical islâmico Boko Haram, que há seis anos pratica ataques sobretudo no Nordeste do país. “Provavelmente, no início [da insurreição do grupo] nós – quero dizer, a minha equipe e eu – subestimamos a capacidade do Boko Haram”, declarou Jonathan em entrevista ao diário This Day.
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“Muitos responsáveis pela segurança fizeram declarações” minimizando o Boko Haram, “isso mostra que subestimaram a sua capacidade”, acrescentou o presidente, candidato nas eleições de 28 de março, que ocorrem juntamente com as eleições legislativas.
A insurreição do Boko Haram deixou, desde 2009, mais de 13 mil mortos e 1,5 milhão de deslocados na Nigéria, especialmente no Nordeste, onde o grupo nasceu e controla várias localidades.
O líder dos radicais, Abubakar Shekau, prometeu, em vídeo divulgado recentemente, levar ao fracasso o processo eleitoral.
As eleições foram adiadas de 14 de fevereiro para 28 de março para permitir ao Exército concentrar-se na ofensiva contra o Boko Haram. Muitos nigerianos, no entanto, duvidam da garantia oficial de uma derrota dos fundamentalistas em seis semanas e da possibilidade de organizar a votação nas zonas destruídas devido aos ataques e aos combates com os militares.
Segundo Goodluck Jonathan, as Forças Armadas, com um total de 80 mil homens, adquiriram recentemente novas armas e munições para combater o grupo e vão capturar em breve Abubakar Shekau.
“Se Deus quiser, deteremos Shekau antes das eleições”, comentou. “Não dizemos que temos de acabar com o Boko Haram para organizar as eleições, mas temos de fazer de modo que ele não cause estragos se tentar” prejudicar o processo eleitoral.
O Boko Haram pretende instaurar um Estado Islâmico no Norte da Nigéria, majoritariamente muçulmano, ao contrário do Sul, de maioria cristã.