As Forças Armadas da Ucrânia informaram nesta segunda-feira (23) que não vão retirar o armamento pesado no leste do país enquanto não forem interrompidos os combates com os separatistas pró-Rússia na região.
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A medida é um dos pontos do acordo de cessar-fogo assinado no dia 12 entre as duas partes e que deveria entrar em vigor no dia 15. Embora a situação na região esteja mais tranquila, a trégua ainda é quebrada com frequência.
Kiev acusa os rebeldes de dispararem contra posições do Exército nas regiões de Donetsk e Lugansk. "Dado que estas posições continuam a ser atacadas, não podemos falar ainda em retirada", disse Vladislav Seleznyov, porta-voz dos militares.
Ele afirma que só quando os combates forem interrompidos por mais de 24 horas é que a retirada começará. Em comunicado, o Exército ucraniano informou que os combates continuam na cidade de Shyrokyne, perto de Mariupol.
Pelo menos dois soldados morreram e outros dez ficaram feridos na região, que abriga o governo leal a Kiev. Mariupol abriga o principal porto ucraniano no leste do país e é considerada área de domínio ucraniano na linha divisória do cessar-fogo.
Disparos de artilharia também ocorreram na cidade de Donetsk, embora não se saiba quem são os responsáveis. O dirigente da autoproclamada República Popular de Donetsk Eduard Basurin negou a ocorrência de qualquer ação dos separatistas.
O governo ucraniano teme que, com a retirada do armamento pesado, os separatistas avancem mais pelo leste do país, área da histórica Nova Rússia, dominada pelo país vizinho entre o século 19 e o fim da União Soviética.
PREOCUPAÇÃO
A dificuldade para a retirada das tropas provoca um alerta aos mediadores do cessar-fogo, Alemanha e França. Nesta segunda, o governo alemão disse estar muito preocupado com a falta de uma trégua completa.
"Quando você olha a situação completa, levando em consideração o que foi determinado em Minsk [capital de Belarus], é claro que a implementação não é satisfatória. É preocupante que não tenhamos visto um cessar-fogo ainda", disse Steffen Seibert, porta-voz do governo.