O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vetou nesta terça-feira (24) a construção do oleoduto Keystone XL, que ligará Alberta, no sudoeste do Canadá, ao Estado americano de Nebraska.
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A medida havia sido aprovada pelas duas casas do Congresso, de maioria republicana, no primeiro embate entre o mandatário e os adversários desde que Obama perdeu a maioria na Câmara nas eleições parlamentares de novembro.
Em carta enviada ao Senado, Obama disse que vetou o projeto por considerar que o Legislativo queria evitar que a discussão sobre o oleoduto se prolongasse.
"Este projeto entra em conflito com procedimentos do Executivo e impede a consideração sobre temas que podem ter impacto no interesse nacional, como a segurança e o meio ambiente".
O oleoduto Keystone XL duplicará o volume de petróleo enviado do sudoeste do Canadá para as refinarias do golfo do México, aumentando a disponibilidade de combustíveis e diminuindo a dependência americana do mercado do Oriente Médio.
Estes são alguns dos pontos defendidos pelos republicanos, que ainda enaltecem o potencial de criação de empregos durante a construção e a maior segurança do transporte, realizado atualmente em boa parte por via férrea.
Por outro lado, democratas e ambientalistas criticam a criação do duto pelo risco de vazamento de petróleo nos Estados de Montana, Dakota do Norte, Dakota do Sul e Nebraska, além de que a obra atenta contra o combate às mudanças climáticas.
BRIGA POLÍTICA
Em dezembro, Obama já havia dito que pretendia vetar o Keystone XL, em uma de suas medidas para tentar se desvencilhar da necessidade de maioria no Legislativo. Desde 2009, ele só usou o poder de veto outras duas vezes.
As organizações de defesa do meio ambiente receberam a decisão de Obama de vetar a iniciativa com satisfação. "O Congresso republicano insistiu em desperdiçar tempo apenas para justificar os desejos de seus aliados petroleiros", disse a organização ambientalista Sierra Club.
O veto abre agora uma nova etapa de conflito entre o Congresso e a Presidência. Os presidentes da Senado, Mitch McConnell, e da Câmara dos Representantes, John Boehner, consideraram a decisão política.
"O presidente está perto demais dos extremistas ambientais para poder ser um aliado dos trabalhadores americanos. Ele é tão inclinado às políticas de esquerda que não é capaz de fazer sua prerrogativa, que é priorizar o interesse nacional".
Mitch McConnell disse que a maioria republicana no Senado tentará novamente votar a medida em 3 de março, mas não deve ter o número de votos suficientes para poder derrubar o veto presidencial.