Um misterioso carrasco mascarado que apareceu em pelo menos sete vídeos de decapitação do grupo Estado Islâmico (EI) e apelidado de "Jihadista John" foi identificado nesta quinta-feira por vários meios de comunicação americanos e britânicos como sendo um londrino chamado Mohammed Emzazi.
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Um porta-voz da Scotland Yard não quis confirmar o nome do suspeito, que nasceu em uma família rica de origem kuwaitiana estabelecida no oeste da capital britânica, argumentando que "a investigação realizada pelo serviço antiterrorista ainda está em curso".
No entanto, o Centro de Estudos sobre a Radicalização do Kings College London indicou em um comunicado que a identificação "parece correta".
Um especialista britânico em movimentos jihadistas, Shiraz Maher, assegurou, por sua vez, em um tuíte que "Sim, finalmente, o nome apareceu".
O homem aparece nas imagens macabras de propaganda de negro e rosto coberto ao lado de reféns americanos, britânicos e japoneses em uniforme laranja, pouco antes de sua execução, com uma faca na mão, proferindo com um sotaque britânico ameaças contra os governos em questão.
Ele vestia roupas pretas e apenas seus olhos eram visíveis.
De acordo com o The Guardian, o suspeito tem 26 anos e seria graduado em um curso de desenvolvimento de software. Ele teria viajado à Síria em 2012.
A BBC acrescenta que ele teria sido detectado pelos serviços de inteligência ocidentais após sua radicalização que se seguiu a uma visita à Tanzânia. Acreditava-se que nesta ocasião ele teria entrado em contato com o grupo somali Shebab.
O Washington Post entrevistou um parente que identificou Emzazi afirmando: "Ele era como um irmão para mim... Eu tenho certeza que é ele."
Os serviços de inteligência analisam há meses as gravações para tentar dar um nome para a voz deste que figura entre os combatentes mais procurados do EI.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, havia confirmado que se tratava, muito provavelmente, de um britânico, mas os serviços de segurança se recusaram a divulgar a sua identidade, de modo a não interferir nas investigações.
Inicialmente, a imprensa britânica havia evocado um outro suspeito, garantindo que o carrasco era um ex-DJ. Alguns chegaram a anunciar sua morte em um bombardeio.
"Jihadista John" deve o seu apelido a ex-reféns ocidentais, que ele foi encarregado de supervisionar, à frente de um pequeno grupo chamado "Beatles".
Ele apareceu pela primeira vez em um vídeo divulgado após a execução do jornalista americano James Foley, em agosto de 2014.
Também apareceu nos vídeos das decapitações de um segundo jornalista americano, Steven Sotloff, do trabalhador humanitário britânico David Haines, do motorista de táxi de Manchester Alan Henning e do americano Abdul-Rahman Kassig.
No mês passado, também apareceu nas imagens no momento das mortes dos reféns japoneses Haruna Yukawa e Kenji Goto.