As frágeis tratativas para encerrar o conflito entre o povo curdo e a Turquia, que já dura mais de 30 anos, recebeu um importante impulso neste sábado (28).
Em uma declaração lida na TV, Abdullah Ocalan, reconhecido líder da etnia e preso desde 1999, disse que aguarda por uma "decisão histórica" a fim de obter uma "solução democrática" para a disputa. Ocalan pediu a realização de um encontro formal para discutir o fim do conflito armado.
Mais de 40 mil pessoas, a maioria curdas, já morreram durante as batalhas para a criação de um território curdo no leste da Turquia, onde os membros da etnia compõem cerca de 20% da população.
Ocalan foi um dos fundadores, em 1978, do PKK, organização nacionalista curda considerada terrorista pelo governo turco.
A mensagem na televisão foi lida pelo deputado Sirri Sureyya Onder. "Estamos no processo de encerrar um conflito de 30 anos, na forma de uma paz perpétua, e nosso principal objetivo é alcançar uma solução democrática", dizia a declaração.
Ocalan mantém influência sobre as lideranças do PKK e costuma ter seus pedidos atendidos por seu partido.
O líder preso já havia declarado um cessar-fogo no começo de 2013. Segundo analistas a mensagem deste sábado é o passo mais importante na busca pela paz desde então.
A declaração foi lida na presença de uma autoridade turca graduada, sugerindo que o governo concorda com as demandas apresentadas no texto.