Chile

Filho de Bachelet deixa partido após escândalo por uso de influência

Sebastián Dávalos, de 36 anos, renunciou ao PS após 15 anos de militância

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Publicado em 01/03/2015 às 17:05
Foto: VLADIMIR RODAS / AFP
Sebastián Dávalos, de 36 anos, renunciou ao PS após 15 anos de militância - FOTO: Foto: VLADIMIR RODAS / AFP
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O filho da presidente do Chile, Michelle Bachelet, envolvido num escândalo após denúncias de "uso de informação privilegiada" e "tráfico de influência", deixou o Partido Socialista, que analisava sua expulsão em razão do caso. 

Sebastián Dávalos, de 36 anos, renunciou ao PS após 15 anos de militância, depois que ele e sua esposa, Natalia Compagnon, foram indiciados por um milionário negócio imobiliário no qual teriam feito uso de "informação privilegiada" e "tráfico de influências". 

Por causa das denúncias, Dávalos já havia deixado o cargo que ocupava à frente das organizações sociais do governo Bachelet. 

Dávalos renunciou ao PS na última quarta-feira por meio de uma carta, mas a carta só veio a público neste domingo, após divulgação do presidente do partido, Osvaldo Andrade.

"Frente a inquietação que existe entre alguns militantes do Partido Socialista do Chile, os questionamentos do que tem sido objeto nas últimas semanas, venho apresentar minha renúncia voluntária ao Partido Socialista do Chile", diz a carta, lida por Andrade durante coletiva de imprensa.

O filho da presidente se viu envolvido no escândalo após revelações de que ele teria negociado pessoalmente com um dos homens mais ricos e influentes do país um crédito de 10 milhões de dólares para que a empresa de sua esposa comprasse terrenos - que logo depois aumentaram de valor , graças ao câmbio. 

O crédito foi negociado sem sucesso em vários bancos, pela falta de patrimônio da empresa Caval, da qual a esposa de Dávalos é dona de 50%.

A operação rendeu à Caval um lucro de cerca de 4 milhões de dólares, gerando uma grave crise política no governo de Bachelet, que há um ano chegou ao poder com a promessa de acabar com a desigualdade e os privilégios "dos poderosos de sempre". 

Enquanto o empréstimo está sendo investigado pela justiça, Bachelet afirmou na última segunda-feira desconhecer a participação do filho no esquema de crédito, e defendeu seu trabalho no governo. 

Bachelet, visivelmente abalada por um caso que atinge o centro de seu governo, afirmou que sua grande prioridade continua sendo trabalhar por uma "nação mais justa e igualitária".  

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