O secretário de Estado americano, John Kerry, e seu colega russo, Serguei Lavrov, iniciaram nesta segunda-feira em Genebra conversações difíceis sobre o futuro da Ucrânia, assim como sobre o assassinato de Boris Nemtsov, um dos principais opositores de Vladimir Putin.
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A reunião acontece menos de uma semana depois de que Kerry acusar as autoridades russas de "mentir" sobre os combates no leste da Ucrânia. Antes do início da reunião, Kerry e Lavrov apertaram as mãos diante dos jornalistas, em um ambiente tenso, e não fizeram declarações.
O encontro começou pouco depois da divulgação de um novo relatório da ONU sobre a Ucrânia e após a acusação de Kerry de que a Rússia "mente" sobre o conflito, que representa a crise mais grave entre Moscou e Washington desde o fim da Guerra Fria.
A acusação de Kerry se referia à "máquina de propaganda russa", afirmou uma fonte do governo americano que acompanha o secretário de Estado e que pediu anonimato. "O que a Rússia diz que está acontecendo na Ucrânia não corresponde à situação no local", completou a fonte.
John Kerry pretende advertir Lavrov que Estados Unidos e União Europeia consideram aplicar novas sanções se a Rússia não aderir ao novo acordo de cessar-fogo, que entrou em vigor em 15 de fevereiro, segundo fontes americanas.
A reunião também abordará o assassinato do líder opositor russo Boris Nemtsov, que aconteceu na sexta-feira e provocou indignação na Rússia e no exterior. Antes de viajar a Genebra, Kerry defendeu uma "investigação exaustiva e transparente" sobre o assassinato.
Mais de 6.000 pessoas morreram no leste da Ucrânia desde o início do conflito, em abril de abril de 2014, anunciou nesta segunda-feira o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
"Mais de 6.000 vidas foram perdidas em menos de um ano em consequência dos combates no leste da Ucrânia", afirmou alto comissário da ONU, o jordaniano Zeid Raad Al-Hussein, que denunciou a destruição das infraestruturas e o sofrimento dos civis.
"As mulheres, as crianças, os idosos e os grupos vulneráveis são os mais afetados pela guerra", disse Al-Hussein ao apresentar um relatório sobre os direitos humanos na Ucrânia.