O presidente do Uruguai, Tabaré Vazquez, inicia nesta segunda-feira (2) as atividades no terceiro governo consecutivo da Frente Ampla – a coligação de partidos de esquerda que ele instalou no poder em 2005, quando conquistou o primeiro mandato presidencial.
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No primeiro discurso após a posse nesse domingo (1º), Tabaré lembrou que o Uruguai comemora este ano o 30º aniversário do retorno à democracia e prometeu criar uma comissão para investigar os crimes cometidos durante a ditadura militar (1973-1985). Ele também disse que pretende rever as políticas do governo anterior para acolher refugiados políticos da guerra na Síria e prisioneiros de Guantánamo.
A cerimônia de posse de Tabaré atraiu a atenção da imprensa internacional. Era a despedia de José Pepe Mujica – o ex-guerrilheiro tupamaro que, depois de ficar 13 anos preso, conquistou fama mundial como " o presidente mais pobre do mundo": ele doava quase todo o salário a obras sociais; vivia numa chácara com a mulher e a cadela Manuela, de três patas, e dizia o que pensava, sem medir palavras.
A presidenta Dilma Rousseff despediu-se de Mujica no sábado (28), inaugurando um parque eólico construído pelos dois países e com um artigo, publicado no jornal El Pais, elogiando o homem que soube correr atrás de uma “utopia” sem perder a noção da realidade. Depois da despedida de Mujica e antes da posse de Tabaré, Dilma passou por um supermercado de Montevidéu e tirou fotos com os clientes.
Mas o que causou furor nas redes sociais foi o registro dos carros usados pelo ex e pelo atual presidente do Uruguai. O fusca azul de 1987, que José Pepe Mujica usou para ir e voltar da posse de Tabaré, passou para a história quando um xeque quis comprá-lo e ofereceu US$ 1 milhão. Mujica se recusou a vendê-lo. Tabaré fez o percurso do Congresso até a Praça da Independência em uma caminhonete de 1951. Foi o primeiro carro que teve, que um amigo restaurou e deu de presente ele.
O grande desafio de Tabaré vai ser manter as políticas sociais que empreendeu no primeiro mandato e que prometeu continuar, em uma conjuntura econômica adversa.