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EUA ameaçam se retirar de negociações com Irã 'se não houver acordo nuclear verificável'

Os temas-chave de um possível acordo passam pelo nível de produção de urânio enriquecido que seria parmitido ao Irã

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Publicado em 08/03/2015 às 14:05
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Os temas-chave de um possível acordo passam pelo nível de produção de urânio enriquecido que seria parmitido ao Irã - FOTO: SAUL LOEB / AFP
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O presidente Barack Obama afirmou em uma entrevista à rede CBS exibida neste domingo que os Estados Unidos estão preparados para se retirar das negociações sobre o programa nuclear com o Irã se não houver um acordo verificável.

Obama fez as declarações ontem, enquanto seu secretário de Estado, John Kerry, resolvia em Paris diferenças com a França, que pressiona por mais garantias para o acordo, que impediria Teerã de ter armas nucleares.

"Se não houver acordo, iremos nos retirar", afirmou Obama em entrevista ao programa "Sunday Morning".

"Se não pudermos verificar que não irão obter uma arma nuclear, se não houver um intervalo para que, mesmo que eles mintam, tenhamos tempo para tomar medidas, se não houver um acordo como este, não o aprovaremos", indicou o presidente.

Obama lembrou que, "neste período, o Irã respeitou os termos do acordo (interino). Sabemos o que está acontecendo no terreno. Não avançaram em seu programa nuclear." "Consequentemente, não estamos perdendo nada com estas conversas. Por outro lado, chega-se a um ponto das negociações em que já não se trata de problemas técnicos, é uma questão de vontade política", declarou.

Em Paris, Kerry concordou com o governo francês em que ainda existem diferenças, que devem ser eliminadas "nas semanas críticas" que se aproximam. "Queremos um acordo sólido", disse o chefe da diplomacia americana após se reunir com o chanceler francês, Laurent Fabius.

"Precisamos de um acordo sólido, não apenas para nós, mas também para toda a região, para a segurança da região, incluindo os iranianos", concordou Fabius. Kerry havia viajado a Paris horas antes, para obter o apoio dos europeus ao pacto proposto ao Irã. O chefe da diplomacia americana participou de uma rodada de negociações de três dias com o chanceler iraniano no começo da semana passada, na Suíça.

Os temas-chave de um possível acordo passam pelo nível de produção de urânio enriquecido que seria parmitido ao Irã, o grau de supervisão internacional e a duração do acordo. O Irã nega que busque produzir a arma atômica em suas instalações, entre elas um reator de plutônio em Arak, não concluído, e uma unidade de enriquecimento de urânio em Fordo.

Neste sábado, o número um da Organização iraniana de Energia Atômica, Ali Akbar Salehi, citou progressos nas negociações com os Estados Unidos na Suíça. "Sobre o enriquecimento e Arak, fizemos progressos positivos. Conseguimos responder às suas preocupações fazendo propostas técnicas, enquanto defendemos os interesses nacionais e nossa indústria nuclear", declarou à TV iraniana.

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