Os negociadores de paz do governo colombiano e da guerrilha das Farc obtiveram neste sábado (7), em Cuba, um histórico acordo sobre a retirada de minas, informaram as partes.
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"O governo e as Farc concordaram em solicitar à organização norueguesa Ajuda Popular a liderança e a coordenação da implementação de um projeto de limpeza e descontaminação" das minas espalhadas pelas zonas rurais durante o conflito armado, revelou o diplomata cubano Rodolfo Benítez, cujo país é fiador do processo de paz, ao lado da Noruega.
Benítez destacou que as partes adotaram este histórico acordo "para avançar na construção da confiança visando contribuir para gerar condições de segurança para os habitantes que se encontram nas zonas de risco devido à presença de minas, artefatos explosivos improvisados, munições e restos de explosivos de guerra".
"O governo e as Farc trabalharão conjuntamente para limpar alguns territórios rurais", declarou o chefe dos negociadores do governo, Humberto de la Calle.
"Nosso principal objetivo é acabar com o conflito (...) e esta proposta de retirar as minas é um primeiro passo, mas um passo gigante para a paz".
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, qualificou o acordo de "passo importantíssimo e necessário como demostração de que efetivamente vamos no caminho correto para acabar com um conflito que sangra o país há mais de 50 anos".
"Quero felicitar nossos negociadores e quero destacar este passo que as Farc dão porque isto nos leva cada vez mais a este objetivo que todos queremos, que é a paz na Colômbia".
O anúncio foi realizado no encerramento do 33º ciclo de negociações de paz em Havana, que buscam acabar com um conflito armado de meio século que já deixou 220 mil mortos e 5,5 milhões de deslocados.
O acordo é o primeiro resultado do trabalho de uma "subcomissão" conjunta integrada por generais e guerrilheiros das Farc, que iniciou seus trabalhos na quinta-feira passada, em Havana.