O secretário de Estado americano, John Kerry, fez um apelo nesta quinta-feira para definir metas ambiciosas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa, e advertiu sobre as mudanças climáticas e que brincar com o futuro do planeta é perigoso.
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"Temos nove meses para chegar a um acordo comum que nos leve pelo caminho certo", disse Kerry em vista da conferência da ONU sobre o clima, a ser realizada em Paris, em dezembro.
Os países, que têm o objetivo de limitar o aumento da temperatura global a 2°C acima da era pré-industrial, têm até 31 de março para anunciar os seus compromissos para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
Os Estados Unidos, que geram 12% das emissões globais, anunciaram planos para reduzi-las entre 26 e 28% até 2025, em comparação com os níveis de 2005.
"Se falharmos, as gerações futuras não vão nos perdoar, e nem deveriam perdoar aqueles que ignoraram este momento, não importa suas razões", disse Kerry, um ambientalista apaixonado, acrescentando que "há décadas a ciência tem nos alertado".
O diplomata americano, que durante mais de dois anos no cargo pronunciou inúmeros discursos sobre as mudanças do clima, tentou convencer os céticos com um argumento econômico.
"A energia renovável não é apenas a solução para as alterações climáticas, se querem saber. É também a melhor oportunidade econômica para todos os tempos", disse ele.
"O mercado mundial de energias do futuro está prestes a ser o maior que o mundo já viu. Falamos de um mercado de seis bilhões de dólares hoje em dia, com quatro a cinco bilhões de usuários. Algo que vai aumentar para nove bilhões de usuários nas próximas décadas. "
De acordo com Kerry, para 2035 os investimentos no setor da energia atingirão cerca de 17 bilhões de dólares, um valor mais elevado do que o PIB atual da China.
"Brincar o com o futuro da Terra, quando nós sabemos qual será o resultado é, além de insensato, simplesmente imoral, e é um risco que não deveríamos correr ", acrescentou.
"E nós temos que encarar a realidade: não há planeta B", disse ele.