Conflito

Assad espera atos após declaração de Kerry sobre negociação

Secretário americano afirmou que Washington deve negociar com o regime de Damasco

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Publicado em 16/03/2015 às 10:24
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Secretário americano afirmou que Washington deve negociar com o regime de Damasco - FOTO: Foto: AFP
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O presidente sírio Bashar al-Assad afirmou nesta segunda-feira que espera "atos" dos Estados Unidos, depois que o secretário de Estado, John Kerry, afirmou que Washington deve negociar com o regime de Damasco.

"Seguimos ouvindo as declarações, devemos esperar os atos e então vamos decidir", afirmou Assad, citado pela agência oficial Sana. Kerry afirmou no fim de semana que "ao final, será necessário negociar" com Assad para acabar com o conflito sírio, em uma entrevista ao canal CBS.

A porta-voz de Kerry destacou que os comentários não indicam uma mudança na política americana e que "não há futuro para um ditador brutal como Assad na Síria".

O líder sírio afirmou que qualquer mudança na política da comunidade internacional sobre seu país deve passar pelo "fim ao apoio político aos terroristas", termo que usa para citar aqueles que apoiam a oposição síria.

Mais de 215.000 pessoas morreram na Síria desde o início do conflito em março de 2011, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), ONG que conta com uma ampla rede de informantes no país.

Ao mesmo tempo, a Turquia criticou a declaração de Kerry. O ministro turco das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, disse que todos os problemas da Sírias foram provocados pelo regime de Assad.

"O que há para negociar com Assad?", questionou Cavusoglu, segundo a agência estatal Anatolia. "O que você negocia com um regime que matou mais de 200.000 pessoas e utilizou armas químicas? Até agora o que foi conquistado com as negociações (com o regime)?", questionou o chanceler da Turquia, que divide uma ampla fronteira com a Síria.

O regime sírio foi acusado diversas vezes de utilizar armas químicas, inclusive depois de chegar a um acordo internacional em 2013 para retirar do país todo o arsenal químico e destruir o material. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, defende a saída de Assad do poder como parte de qualquer solução para acabar com o conflito sírio.

As relações entre Washington e Ancara estão em um momento delicado, especialmente por conta do limitado apoio turco à coalizão internacional que luta contra o grupo Estado Islâmico no Iraque e na Síria.

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