Conflito

Iraque suspende operação em Tikrit por bombas espalhadas pelo Estado Islâmico

A ofensiva, iniciada em 2 de março em Tikrit (160 km ao norte de Bagdá), mobilizou soldados, policiais e forças paramilitares de voluntários dominadas por milícias xiitas

Da AFP
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Da AFP
Publicado em 17/03/2015 às 8:52
Foto: YOUNIS AL-BAYATI / AFP
A ofensiva, iniciada em 2 de março em Tikrit (160 km ao norte de Bagdá), mobilizou soldados, policiais e forças paramilitares de voluntários dominadas por milícias xiitas - FOTO: Foto: YOUNIS AL-BAYATI / AFP
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A grande ofensiva das forças iraquianas apoiadas por milícias aliadas para retomar a cidade de Tikrit do grupo Estado Islâmico (EI) foi suspensa nesta terça-feira, já que a cidade está repleta de bombas espalhadas pelos jihadistas.

"A batalha para recuperar Tikrit será difícil", explicou à AFP Jawad al-Etlebawi, porta-voz da milícia xiita Asaib Ahl al-Haq (Liga dos Virtuosos, em árabe), que participa na ofensiva. 

"Os jihadistas colocaram bombas em todas as ruas, prédios, pontes, em toda as partes", disse.

Por este motivo, as forças receberam a ordem de parar seu avanço.

"Precisamos de forças treinadas em guerrilha urbana para realizar o ataque", disse Etlebawi. 

Ele destacou que os jihadistas continuam cercados dentro de Tikrit e que "lutam ferozmente".

A ofensiva, iniciada em 2 de março em Tikrit (160 km ao norte de Bagdá), mobilizou soldados, policiais e forças paramilitares de voluntários dominadas por milícias xiitas, na maior operação contra o EI no Iraque e permitiu cercar os jihadistas.

Mas a linha de frente não avança há alguns dias. O general Abdelwahab al-Saadi, um dos principais comandantes da operação, pediu no domingo o apoio aéreo da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.

Os militares informaram que o EI colocou explosivos nas casas e construiu trincheiras na capital da província de Saladino.

Na segunda-feira, o ministro do Interior, Mohamed al-Ghabban, já havia anunciado a suspensão da ofensiva, a mais importante das forças iraquianas desde a retirada do exército em meados de 2014, que facilitou o trabalho do EI em EI conquistar vastos territórios ao norte e oeste de Bagdá.

"Suspendemos as operações, principalmente, para limitar as perdas nas fileiras das nossas heroicas forças e também para proteger as infraestruturas da cidade", afirmou o ministro, sem revelar a duração do cerco.

Segundo o general Abdelwahab al-Saadi, um dos principais comandantes da ofensiva, a coalizão internacional não deu nenhum apoio aéreo até agora, por conta do envolvimento do Irã ao lado das tropas iraquianas na ofensiva.

Bagdá já tentou recuperar Tikrit, cidade natal de Saddam Hussein,  três vezes, mas em vão. Alguns comandantes anunciaram de maneira recorrente que estavam a ponto de iniciar o ataque final, mas a linha de frente ficou parada nos últimos dois dias.

O EI anunciou a decapitação de quatro homens que recrutavam voluntários para combater ao lado das forças do governo no Iraque, com a divulgação de uma série de fotografias na internet.

As imagens mostram quatro homens vestidos de preto, de joelhos, em uma rua deserta. Atrás deles aparecem os assassinos, de pé, com facas. Outras fotos mostram a de decapitação.

As legendas afirmam que as decapitações aconteceram justamente na província de Saladino, onde fica Tikrit.

Mas o local exato não foi revelado e também não foi possível verificar a autenticidade das imagens com fontes independentes.

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