Pelo menos duas pessoas morreram neste sábado em um suposto ataque islamita em duas seções eleitorais no nordeste da Nigéria, pouco depois do início das eleições presidenciais e legislativas - informaram várias pessoas e um oficial eleitoral. Homens armados atacaram as aldeias de Birin Birin Bolawa e Funali, no estado de Gombe, frequente alvo de islamitas.
"Nós ouvimos os agressores gritarem: 'não dissemos para permanecer longe das eleições?'", contou um funcionário local da Comissão Eleitoral Independente (INEC), que pediu para permanecer anônimo. Abubakar Shekau, líder do grupo armado islâmico Boko Haram, ameaçou em fevereiro interromper o processo eleitoral que considera "em desacordo com o Islã", em um vídeo postado no Twitter.
"Estas eleições não vão acontecer, mesmo que nos matem. Embora já não vivamos, Alá não vai permitir", ameaçou. A onda de atentados suicidas nas últimas semanas contra mercados e estações de ônibus levantam temores contra ataques aos eleitores neste sábado. De acordo com o oficial eleitoral, homens armados chegaram à aldeia de Birin Bolawa por volta das 4h30 (de Brasília) e matou um eleitor.
"Eles colocaram fogo em todo o material eleitoral que deixamos por lá ao fugirmos", explicou. Segundo Karim Jauro, um morador de Birin Fulani, o segundo ataque ocorreu às 6h15. "Como as pessoas os viram, começaram a correr, mas os homens armados abriram fogo no local de votação, matando um homem", disse à AFP. Eles também queimaram o material eleitoral.
"Estamos convencidos de que o Boko Haram está por trás deste ataque, porque pediram às pessoas que não participassem nas eleições", acrescentou Jauro. A insurreição de Boko Haram matou mais de 13.000 pessoas, principalmente no norte da Nigéria, em seis anos.
