As tropas iraquianas retomaram a sede do governo provincial em Tikrit, quase um mês depois do início de uma ofensiva contra esta cidade do norte do Iraque controlada pelo grupo Estado Islâmico (EI).
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"As forças iraquianas esvaziaram o complexo governamental em Tikrit", afirmou um general do exército que pediu anonimato.
"Controlamos os edifícios governamentais à noite", completou.
Este é o avanço mais significativo desde o início, em 2 de março, da ofensiva, a mais importante contra os jihadistas desde que, em junho do ano passado, o EI assumiu o controle amplas áreas no Iraque, sobretudo na região norte.
Raad al-Juburi, o governador de Saladino, cuja capital provincial é Tikrit, confirmou a retomada da sede do governo local e destacou que as bandeiras do Iraque foram hasteadas novamente em vários edifícios.
O porta-voz da milícia xiita Badr, Karim al-Nuri, também confirmou a informação.
As Unidades de Mobilização Geral (UMG, forças paramilitares de maioria xiita) também participaram nos combates.
Alguns combatentes destas milícias xiitas que apoiam o exército iraquiano se retiraram na semana passada da ofensiva, depois que que os Estados Unidos bombardearam os jihadistas em Tikrit.
Alguns líderes dos combatentes acusaram Washington de querer "roubar a vitória" na cidade, enquanto suas forças, equipadas e aconselhadas pelo Irã, realizaram, segundo eles, a maior parte do esforço.
O Pentágono pediu um papel maior das forças de segurança iraquianas na batalha de Tikrit em troca de sua intervenção. Na sexta-feira da semana passada chegou a celebrar a retirada das "milícias xiitas vinculadas a, infiltradas por ou sob a influência do Irã".
Atentado suicida
A coalizão anunciou que executou três ataques aéreos na região de Tikrit entre domingo e segunda-feira.
Depois de conquistar o apoio de seus respectivos lados, ao declarar que não pretendiam combater juntos, Estados Unidos e as milícias xiitas seguem na ofensiva sobre Tikrit.
As principais milícias das Unidades de Mobilização Popular desempenharam um papel chave em operações contra o EI em diversas áreas ao norte de Bagdá, mas foram acusadas de cometer abusos e de execuções sumárias.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou na segunda-feira em Bagdá que o Iraque deve "levar os grupos armados voluntários a combater sob o controle governamental".
"Os civis libertados da brutalidade do Daesh (acrônimo do EI em árabe) não deveriam temer seus libertadores", completou.
A segurança dentro e nas proximidades de Bagdá melhorou de forma significativa durante a batalha contra o EI, sobretudo porque os jihadistas se viram obrigados a lutar em outras frentes.
Mas os ataques não dão trégua, como o atentado suicida desta terça-feira contra um ônibus no qual viajavam peregrinos iranianos na região de Taji, ao norte da capital.
A explosão deixou quatro mortos e 11 feridos, segundo fontes médicas.
Nenhum grupo reivindicou o ataque até o momento, mas os atentados suicidas no Iraque costumam levar a marca dos extremistas sunitas do EI, que consideram os xiitas apóstatas e alvos de suas agressões.