O consórcio de seguradoras liderado pela alemã Allianz reservou 300 milhões de dólares para enfrentar as consequências da tragédia do Airbus A320 da Germanwings, que caiu em 24 de março nos Alpes franceses matando as 150 pessoas a bordo.
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"Posso confirmar que 300 milhões de dólares foram colocados como provisão para enfrentar os possíveis processos por danos e prejuízos das famílias das vítimas do avião que caiu na semana passada", afirmou uma fonte da Lufthansa, casa matriz da Germanwings, confirmando assim informações do jornal Handelsblatt.
Segundo a publicação, as indenizações pagas no caso de acidente aéreo geralmente chegam a um milhão de euros por passageiro, mas por questões jurídicas a presença de americanos entre as 150 vítimas fatais pode resultar em um valor maior.
O avião tinha seguro de 6,5 milhões de dólares, segundo o jornal econômico.
A Allianz Global Corporate & Specialty (AGCS), filial da seguradora alemã Allianz, especializada em gestão de riscos de grandes grupos, é a principal seguradora da Germanwings.
As mortes provocadas pela tragédia aérea nos Alpes franceses serão indenizadas pelas seguradoras, mesmo que o acidente tenha acontecido de maneira deliberada, afirmaram à AFP fontes próximas ao caso.
Andreas Lubitz, copiloto do avião da Germanwings, que voava entre Barcelona e Dusseldorf, se trancou na cabine, aproveitando uma breve ausência do comandante. Ele é suspeito de ter provocado a queda deliberada do avião contra as montanhas, segundo a justiça francesa, com base nas gravações de áudio registrada por uma caixa-preta.
Especialistas israelenses
As operações de busca no local da queda do A320 nos Alpes franceses foram retomadas nesta terça-feira de manhã, uma semana após a catástrofe.
Segundo o jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ), oito especialistas israelenses viajaram para a França para ajudar a recuperar os restos de uma vítima judia. Esses especialistas são treinados neste tipo de trabalho, devido aos atentados em Israel. O judaísmo impõe a integridade dos corpos das vítimas durante seu enterro.
Os investigadores e gendarmes franceses podem chegar no local através de um caminho aberto no domingo.
"Trabalhamos mais rápido, até mais tarde e trazemos mais restos", indicou a gendarmeria francesa, indicando que as equipes encontram "mais de 4.000 peças", incluindo pedaços do avião e restos humanos.
As equipes devem "concluir em 8 de abril o trabalho de repatriação dos corpos e das peças importantes" da aeronave "Depois, uma empresa civil paga pela Lufthansa irá descontaminar" a zona, segundo a fonte.
O presidente francês François Hollande indicou nesta terça-feira em Berlim que será possível identificar até o final desta semana todas as vítimas da tragédia.
"O ministro (francês) do Interior (Bernard Cazeneuve), confirmou que o mais tardar no final da semana, será possível identificar todas as vítimas graças as amostras de DNA colhidas e ao trabalho excepcional que permite às famílias (...) passar pelo luto", declarou François Hollande, durante uma coletiva de imprensa com a chanceler alemã Angela Merkel.
Também estão em curso trabalhos de "sondagem na terra", ante a possibilidade de que a caixa-preta que ainda não foi encontrada "esteja enterrada".
Em um comunicado, o Bureau Francês de Investigação e Análise para a Aviação Civil (BEA) indicou que se esforçará "para descrever mais precisamente, de um ponto de vista técnico, o desenvolvimento do voo".
"Esse trabalho se baseará na análise detalhada das informações da gravação de som do CVR (Cockpit Voice Recorder, a caixa-preta encontrada) e da exploração dos parâmetros de voo disponíveis", acrescentou.
Além disso, a investigação irá "estudar as falhas sistêmicas que puderam ocasionar" o drama. "A investigação de segurança se interessa particularmente ??no sistema de fechamento de portas dos cockpits e nos procedimentos de entrada e saída" das cabines, "bem como os critérios adequados para detectar determinados perfis psicológicos".