O copiloto alemão do voo da Germanwings que caiu em 24 de março nos Alpes franceses com 150 pessoas a bordo havia pesquisado na internet informações sobre suicídio e portas blindadas de cabine de avião, anunciou nesta quinta-feira a justiça da Alemanha.
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Em um tablet apreendido durante uma operação em uma das residências do copiloto Andreas Lubitz, os investigadores conseguiram acessar o histórico de buscas na internet até 23 de março, que mostram que ele "se informou sobre maneiras de cometer suicídio, assim como sobre portas da cabine de comando e suas medidas de segurança", afirma um comunicado da promotoria de Dusseldorf, responsável pela parte alemã da investigação.
"O histórico do navegador não havia sido apagado e foi possível rastrear as buscas realizadas neste dispositivo no período compreendido entre 16 e 23 de março de 2015", disse a promotoria.
Além das buscas sobre o suicídio e as portas da cabine, Lubitz também estudou "métodos de tratamento médico", disse a mesma fonte, sem informar sobre qual doença as buscas se referiam.
Segundo elementos recolhidos pela justiça francesa, o copiloto de 27 anos parece ter derrubado o A320 da Germanwings que voava de Barcelona a Dusseldorf, provocando a morte das 150 pessoas a bordo.
Na segunda-feira a promotoria disse que Lubitz recebeu "tratamento psicoterapêutico por tendências suicidas há muitos anos", antes de obter sua licença como piloto.
Depois disso e até recentemente ocorreram outras consultas médicas que levaram a licenças médicas, mas elas "não atestaram tendências suicidas ou agressividade em relação a outras pessoas", disse o promotor de Dusseldorf, Ralf Herrenbruck.
Na terça-feira, a companhia Lufthansa, da qual a Germanwings é filial, disse ter transmitido às autoridades judiciais alemãs "documentos adicionais" que confirmam que Lubitz informou a sua escola de pilotos em 2009 que teve um "episódio depressivo severo".