O primeiro-ministro de Israel, Netanyahu, disse nesta sexta-feira (3) que qualquer acordo nuclear entre o Irã e as potências internacionais deve incluir o direito de existência do Estado judaico.
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A declaração foi feita um dia após a aprovação do plano de ação sobre o programa nuclear, acertado entre a República Islâmica e o grupo P5+1 -Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha- e que deve entrar em vigor em julho.
Pelo cronograma, o Irã se compromete a fechar três de suas cinco usinas de enriquecimento de urânio, limitado em 3,67%, suficiente para geração de energia. Em troca, EUA e União Europeia começarão a retirar as sanções econômicas ao país.
Em comunicado, o primeiro-ministro disse que todo seu gabinete de segurança "se opõe veementemente" ao acordo, assim como já foi externado diversas vezes pelo próprio Netanyahu e outros membros do Estado judaico.
Na opinião do chefe de governo, o pacto é insuficiente para eliminar o risco de que Teerã tenha uma bomba atômica, cujo principal alvo para os israelenses seria o seu território.
"Israel exige que o acordo final com o Irã inclua um compromisso claro e sem ambiguidade com o direito de Israel de existir", disse Netanyahu. "Há uma terceira alternativa: aumentar a pressão sobre o Irã até conseguir um acordo melhor."
EUA
O anúncio do plano de ação aprofunda o mal estar entre Israel e os Estados Unidos. Em conversa com Netanyahu, o presidente Barack Obama considerou as questões em jogo do acordo "maiores que problemas políticos".
"Esta é uma situação de guerra ou paz. Se o Congresso tenta minar o acordo, a unidade internacional entrará em colapso e o caminho para o conflito será reforçado".
À agência de notícias AFP, o ex-diretor-geral do Ministério de Assuntos Estratégicos israelense, Yossi Kuperwasser, disse que Netanyahu deverá manter a pressão contrária ao acordo até o fim das negociações, em junho.