Eleições

Tony Blair entra na campanha britânica e critica referendo sobre a UE

Blair, que venceu três eleições como líder dos trabalhistas, participou no primeiro de uma série de atos de apoio ao candidato Ed Miliband para as eleições de 7 de maio

Da AFP
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Publicado em 07/04/2015 às 11:21
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Blair, que venceu três eleições como líder dos trabalhistas, participou no primeiro de uma série de atos de apoio ao candidato Ed Miliband para as eleições de 7 de maio - FOTO: Foto: AFP
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O ex-primeiro-ministro trabalhista britânico Tony Blair, uma presença incômoda para o partido devido à guerra do Iraque, entrou nesta terça-feira na campanha eleitoral com críticas ao plano conservador de submeter a um referendo a permanência do Reino Unido na União Europeia (UE).

Blair, que venceu três eleições como líder dos trabalhistas, participou no primeiro de uma série de atos de apoio ao candidato Ed Miliband para as eleições de 7 de maio, em Sedgefield, norte da Inglaterra, sua antiga circunscrição.

O evento não contou com a presença de Miliband, o que provocou perguntas sobre o relacionamento entre os dois, que Blair tentou responder de maneira sucinta. "Apoio Ed em 100%", disse à imprensa.

Blair criticou com veemência os conservadores. O político, que foi primeiro-ministro entre 1997 e 2007, quando cedeu o cargo para Gordon Brown - derrotado nas eleições de 2010 para o conservador David Cameron.

O ex-chefe de Governo alertou que o referendo da UE, previsto para 2017 em caso de vitória de David Cameron, provocaria o caos e jogariam uma "sombra de imprevisibilidade sobre a economia britânica".

"Acredito com paixão que abandonar a Europa diminuiria o Reino Unido no mundo, causaria graves danos a nossa economia e, de maneira menos clara, mas também importante para o nosso futuro, iria contra as qualidades e ambições que aida nos caracterizam como grande nação mundial", disse Blair.

"E, o que é o pior da posição de David Cameron? O primeiro-ministro nem sequer acredita que teríamos que abandonar a Europa, nem sequer como a Europa é hoje", completou.

A promessa de Cameron de convocar um referendo "foi uma concessão ao partido (conservador), uma manobra para conquistar parte dos votos do Ukip (Partido da Independência do Reino Unido), um presente ao crescente sentimento antieuropeu de parte da imprensa", criticou.

"É uma aposta totalmente inaceitável para com o futuro de nosso país", disse Blair, que considera um paradoxo que, depois pedir aos escoceses que não abandonassem o Reino Unido, os conservadores ofereçam agora ao país esta possibilidade a respeito da Europa.

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