A Venezuela bloqueou o documento final da Cúpula das Américas, frustrando a expectativa de um evento que marcaria a união do hemisfério após o fim do isolamento de Cuba.
Esta será a terceira cúpula consecutiva sem um comunicado final por falta de consenso. Das outras vezes, a participação de Cuba, exigida pela maioria dos países e rejeitada pelos EUA, era o obstáculo.
Dessa vez, foi a insistência da Venezuela -apoiada por Nicarágua e Bolívia- de incluir no preâmbulo do documento uma condenação às sanções impostas pelos EUA a autoridades venezuelanas, citando nominalmente o governo americano e a ordem executiva do presidente Barack Obama.
O documento só é aprovado com apoio unânime. Os países então recorreram a uma solução improvisada -um relatório do presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, chamado de chair's summary, que reúne as posições em que há acordo. O sumário não tem a mesma força de um documento final.
Apesar dos gestos de conciliação dos EUA —a ida do assessor especial de John Kerry, Thomas Shannon, a Caracas, e a declaração do assessor de segurança nacional da Casa Branca, Ben Rhodes, de que linguagem das sanções é pro forma-; os venezuelanos não recuaram em sua exigência.
"Mantivemos a exigência de que se incluísse no documento pedido de revogação do decreto imperial dos EUA", disse a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez.