Prisão

OMS alerta para excesso de cesáreas em países como o Brasil

No país, a cirurgia é adotada em 53% de todos os partos

Da AFP
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Publicado em 10/04/2015 às 16:22
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No país, a cirurgia é adotada em 53% de todos os partos - FOTO: Foto: AFP
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta sexta-feira para o número excessivo de mulheres de países em desenvolvimento e ricos que recorrem sem necessidade à cesariana para dar à luz seus filhos, como o caso do Brasil, onde a cirurgia é adotada em 53% dos partos.

Ainda segundo a OMS, outras grávidas com reais necessidades médicas de fazer este procedimento simplesmente não têm acesso à cirurgia.

"Em muitos países desenvolvidos e em desenvolvimento, existe realmente uma epidemia de cesarianas, mesmo quando não há necessidade médica", afirmou Marleen Temmerman, diretora do departamento de saúde reprodutiva da OMS.

Em países como o Brasil, onde 53% dos partos são realizados por cesariana, de acordo com números da OMS, "existe uma cultura de 'vamos optar pela cesariana'", acrescentou Temmerman.

Desde meados dos anos 1980, os médicos concluíram que a taxa ideal de cesarianas deveria variar entre 10% a 15% dos nascimentos, mas a comunidade de saúde trabalha para estabelecer uma nova recomendação.

"Se um país tem uma taxa abaixo de 10%, você vai ver que há mais mães e bebês morrendo por (falta de) acesso", disse Temmerman.

"Vemos mulheres morrendo em alguns países porque não conseguem ser operadas a tempo", afirmou.

Segundo cifras de 2008 da Organização Mundial da Saúde, cerca de 23% das crianças vieram ao mundo na Europa por cesariana. A prática corresponde a 35% dos partos nas Américas do Norte e do Sul e 24% no Pacífico ocidental.

Apenas a África e o Sudeste asiático, com taxas de 3,8% e 8,8%, parecem estar livres dessa "epidemia".

As recomendações feitas nesta sexta-feira foram o primeiro apelo específico feito pela OMS para reduzir o número de partos por cesariana exceto quando há necessidade médica para tal.

"Eu penso que esta é a primeira vez que estamos sendo tão explícitos a esse respeito", disse a especialista perinatal da OMS, Metin Gulmezoglu.

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