Investigação

Argentina investiga contas nos EUA do promotor que acusou Kirchner

Três meses depois da sua morte ainda não se pode estabelecer se foi suicídio ou crime

Da AFP
Cadastrado por
Da AFP
Publicado em 16/04/2015 às 19:10
Foto: JUAN MABROMATA / AFP
Três meses depois da sua morte ainda não se pode estabelecer se foi suicídio ou crime - FOTO: Foto: JUAN MABROMATA / AFP
Leitura:

A justiça argentina pedirá relatórios aos Estados Unidos sobre uma conta bancária movimentada pelo falecido promotor Alberto Nisman em Nova York, enquanto o governo pede a investigação da mãe do procurador que acusou a presidente Cristina Kirchner de acobertamento.

"A princípio não está clara a forma como ele abriu a conta e tentamos determinar quais movimentos tiveram e se havia outras contas ou outro  tipo de movimento bancário no exterior", explicou nesta quinta-feira o  juiz federal Rodolfo Canicoba Corral à Radio del Plata.

Sara Garfunkel, mãe de Nisman, tem uma conta no banco Merrill Lynch de Nova York, cuja titularidade compartilha a irmã do fiscal e com um assistente de informática, Diego Lagomarsino, imputado por ter lhe emprestado a arma de onde saiu o disparo que o matou em  18 de janeiro. Nisman também podia movimentar essa conta.

O promotor foi encontrado com um disparo na cabeça no banheiro de seu apartamento quatro dias depois de ter acusado Kirchner de encobrir ex-funcionários iranianos pelo atentado anti-semita de 1994 em Buenos Aires, que deixou 85 mortos.

Três meses depois da sua morte ainda não se pode estabelecer se foi suicídio ou crime, como denuncia sua ex-mulher, a juíza Sandra Arroyo Salgado.

Uma junta médica deve determinar, no dia 27 de abril, o momento de sua morte, que também é uma divergência entre a promotoria e a família da vítima. 

Na terça-feira, a Justiça esteve na casa da mãe de Nisman depois que ela declarou no tribunal que encontrou em sua garagem uma arma registrada no nome do promotor semelhante à encontrada no local da morte. 

"Se eu fosse promotor do caso, teria ordenado a detenção da mãe, há 80 dias, para ver o que aconteceu", disse nesta quinta-feira o chefe de Gabinete, Aníbal Fernández em coletiva de imprensa.

Garfunkel foi uma das primeiras pessoasa encontrar o corpo de Nisman com um disparo e que chamou o serviço de emergência, relatando o acontecido. 

O chefe de Gabinete se perguntou "o que a pistola faz nas mãos da mãe, que não se sabe quantas horas esteve no apartamento? Havia uma carta suicida?".

Segundo informou a Justiça, Garfunkel esvaziou, pouco depois da morte de Nisman, as caixas de segurança que promotor morto tinha em bancos de Buenos Aires, ante que a justiça pudessa verificar seu conteúdo.

Últimas notícias