O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, apresentou nesta sexta-feira um plano de luta contra o racismo e o antissemitismo e denunciou seu crescimento no país, três meses após os atentados de Paris.
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"O racismo, o antissemitismo, o ódio em relação aos muçulmanos, os estrangeiros, a homofobia, têm aumentado insuportavelmente" na França, declarou Valls, englobando as diversas formas de intolerância que fraturam a sociedade francesa.
Ele ressaltou que seu governo "não deixará passar" qualquer ato desse tipo.
Contra o extremismo "nosso dever é organizar uma reação", afirmou, num momento em que o partido de extrema-direita Frente Nacional, liderado por Marine Le Pen, ganha espaço no cenário político francês.
"Os judeus franceses não devem ter medo por serem judeus" e os "muçulmanos franceses não devem ter vergonha de serem muçulmanos", ressaltou Valls, que escolheu anunciar seu plano em Créteil, subúrbio de Paris, onde um casal judeu foi atacado em sua casa em dezembro passado.
O plano de governo prometido pelo presidente François Hollande após os atentados de Paris inclui cerca de 40 medidas articuladas sobre a justiça, a escola e internet.
A mais emblemática delas é que penalidades por declarações racistas estarão previstas no código penal. Além disso, o racismo e antissemitismo serão "circunstâncias agravantes" de uma infração nos termos do código penal.
O plano também prevê a criação de uma "unidade de luta contra o ódio na internet" e a obrigação para os provedores de serviços de internet de ter "uma representação jurídica na França".