Susto

Vulcão Calbuco coloca em alerta sul de Chile e Argentina

A primeira erupção aconteceu às 18h de quarta-feira (23) e a segunda sete horas depois

Da AFP
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Publicado em 23/04/2015 às 18:27
Foto: FRANCISCO NEGRONI / AFP
A primeira erupção aconteceu às 18h de quarta-feira (23) e a segunda sete horas depois - FOTO: Foto: FRANCISCO NEGRONI / AFP
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O vulcão Calbuco registrou duas violentas e surpreendentes erupções nas últimas horas, após meio século de inatividade, o que obrigou a retirada de quase 5.000 pessoas e deixou regiões turísticas do sul do Chile e da Argentina em suspense pelo alcance das cinzas.

Depois de permanecer inativo por 54 anos, o vulcão expeliu gigantescas colunas de gases e material incandescente, que provocaram espanto nas cidades de Puerto Montt, Puerto Varas e localidades próximas, 1.300 km ao sul de Santiago.

A área recebe muitos turistas de todo o mundo graças seus lagos, rios e abundante vegetação, cercada por vulcões.

"As pessoas tinham mais expectativa que temor e se aproximaram das margens do lago Llanquihue, onde fizeram fotografias", disse à AFP Álvaro Ascencio, que mora na região.

"Eu vim como turista ao Chile para passa três meses, mas não esperava isto. A erupção foi incrível. Minhas férias estão pagas com o espetáculo do Calbuco", disse Cody Fritz, um turista americano de 30 anos.

Em Puerto Varas, o comércio e as outras atividades estavam relativamente normais nesta quinta-feira, mas com todos de olho no vulcão, que fica a 40 km de distancia.

A primeira erupção aconteceu às 18H00 de quarta-feira e a segunda sete horas depois.

O primeiro fenômeno durou quase 90 minutos e teve nível entre 4-5, em uma escala vai de 0 a 8. O segundo prosseguiu até 8H40 desta quinta-feira, segundo o Serviço Nacional de Geologia e Minas (Sernageomín).

As autoridades não descartam uma terceira erupção nas próximas horas.

"Não sabemos como vai evoluir. É bastante imprevisível", disse a presidente Michelle Bachelet, que visitará a região nas próximas horas. 

As autoridades ordenaram a retirada de 5.000 pessoas das imediações do vulcão.

Até o momento, o despertar do Calbuco não provocou vítimas. Uma pessoa considerada desaparecida já foi localizada.

Segundo o vulcanólogo do Serviço Nacional de Geologia e Minas Gabriel Orozco, no momento "não há coluna eruptiva sobre o vulcão e as cinzas se dirigem para o norte".

A coluna de cinzas, que chegou a ter uma altura de 15 km, "se dispersou para o norte, nordeste e leste", revela o último boletim da Oficina Nacional de Emergência (Onemi).

A última erupção do Calbuco remontava a 1961. Em 1972, o vulcão apresentou uma leve atividade, de acordo com o Serviço Nacional de Geologia.

A erupção desta quarta-feira pegou de surpresa a população, já que não ocorreu aviso prévio das autoridades. 

Nas regiões de Puerto Montt e Puerto Varas, as autoridades decretaram "estado de exceção constitucional e zona de catástrofe", o que coloca a zona sob a autoridade das Forças Armadas.

As aulas estão suspensas na região e mais de 20 voos domésticos foram cancelados no Aeroporto de Puerto Montt, onde as cinzas já cobrem as ruas, do mesmo modo que em Puerto Varas.

Em Ensenada, uma das localidades mais próximas do Calbuco, já há acúmulo de um metro de cinzas, o que fez alguns telhados cederem diante do peso do material.

Na cidade argentina de Bariloche, a 100 km do Calbuco, um comitê de emergência decretou a suspensão das aulas, limitação do atendimento médico de emergência e a suspensão dos voos.

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