Centenas de pessoas, entre elas líderes croatas, participaram neste domingo (26) de uma cerimônia em homenagem às vítimas do campo de concentração de Jasenovac, o "Auschwitz croata", 70 anos depois de seu desmantelamento ao fim da Segunda Guerra Mundial.
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"Os horrores de Jasenovac nos alertam e nos lembram que nunca devemos permitir a discriminação e as perseguições baseadas em diferenças nacionais, confessionais, ideológicas ou sexuais", declarou o presidente do Parlamento croata, Josip Leko.
A cerimônia, que também contou com a participação de sobreviventes do campo e familiares das vítimas, ocorreu no memorial de Jasenovac, 100 km a sudeste de Zagreb, e incluiu um ato religioso multiconfessional.
No dia 22 de abril de 1945, 600 detidos tentaram fugir do campo, mas apenas 90 conseguiram. Os presos que haviam participado da tentativa de fuga foram assassinados e queimados junto aos barracões de Jasenovac. As instalações foram desmanteladas poucos dias depois.
O primeiro-ministro croata, Zoran Milanovic, afirmou que a Croácia moderna, integrante da União Europeia desde 2013, se distanciou, em sua Constituição, do regime ustacha (pró-nazista) croata da Segunda Guerra Mundial.
"Para mim só havia um exército croata durante a Segunda Guerra Mundial, o dos partidários croatas" que lutaram contra o regime nazista, declarou.
O campo de Jasenovac, que abriu em 1941, foi um dos 80 campos de detenção do regime pró-nazista croata dirigido por Ante Pavelic.
Os historiadores não entram em acordo sobre o número de vítimas mortas no campo, sobretudo sérvios e judeus, mas também antifascistas croatas.
As estimativas vão de 82.000 vítimas, segundo o museu de Jasenovac, a cerca de 700.000, de acordo com fontes sérvias.
O museu do memorial do Holocausto em Washington considera, por sua vez, que 100.000 pessoas morreram no campo.