A Rússia considera prematuro falar do envio de uma missão de manutenção de paz para a região leste da Ucrânia até a aplicação completa do acordo de paz assinado em fevereiro.
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"Antes da aplicação do texto do acordo de Minsk e de seus pontos concretos, acreditamos que seria um engano abordar outros temas, como o de soldados para a manutenção da paz", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Na quinta-feira, a presidência ucraniana afirmou que o presidente russo Vladimir Putin havia aceitado pela primeira vez a possibilidade do envio de uma missão de manutenção de paz ao leste da Ucrânia, cenário de uma guerra entre as forças governamentais e os rebeldes pró-Rússia.
"O presidente Putin aceitou a possibilidade de mobilizar um contingente de manutenção da paz em Donbass", informou o governo ucraniano em um comunicado, em uma referência à bacia de mineração do leste da Ucrânia parcialmente controlada por rebeldes pró-Moscou.
A nota foi divulgada após uma conversa por telefone entre os governantes dos países (França, Alemanha, Ucrânia e Rússia) que negociaram em fevereiro uma trégua no leste ucraniano.
Ao ser questionado nesta sexta-feira se Putin havia autorizado uma força de manutenção da paz no leste da Ucrânia, Peskov foi taxativo: "Não, não é verdade".
Ele afirmou que a Rússia não é contrária à ideia de uma missão deste tipo, mas não pode aceitá-la porque não é parte do conflito. A guerra provocou mais de 6.000 mortes e obrigou um milhão de pessoas a fugir da região no ano passado, segundo a ONU.