Após 13 meses e quase 4.700 mortes, a Libéria parece estar livre da epidemia de ebola, segundo a Organização Mundial de Saúde anunciou neste sábado (9).
O país passou 42 dias sem registrar novos casos da doença, o dobro do período máximo de incubação do vírus.
A presidente liberiana, Ellen Johnson Sirleaf, visitou neste sábado centros de saúde em Monróvia, abraçando e tirando fotos com médicos e enfermeiros, ao lado da embaixadora dos EUA, Deborah Malac.
Durante a epidemia, 10.322 pessoas foram infectadas pelo vírus no país, das quais 4.608 morreram. A última foi uma mulher que exibiu sintomas em 20 de março e morreu uma semana depois. As 322 pessoas que estiveram em contato com ela naquela semana foram acompanhadas durante 21 dias, sem apresentar sintomas.
"Fazemos um tributo ao governo e ao povo da Libéria, que com sua determinação venceram o ebola. Os médicos e enfermeiras nunca deixaram de tratar dos pacientes, mesmo nas ocasiões em que o material de proteção não era o adequado", diz o comunicado da OMS. Durante o combate à doença, 375 trabalhadores da saúde foram infectados e 189 morreram.
As autoridades e os sobreviventes dizem que evitam comemorar o fim do ebola na Libéria, porém, já que ela pode voltar a atacar no país se apenas um doente cruzar a fronteira, vindo de países vizinhos afetados pelo surto.
Em outros países fortemente afetados pela epidemia, como Serra Leoa e Guiné, continuaram a surgir novos casos na última semana. Houve nove novos casos em cada um deles na semana que encerrou em 3 de maio, segundo a OMS.
"Estamos orgulhosos do que conseguimos fazer em conjunto, mas precisamos manter a vigilância", disse Peter Jan Graaff, líder da Missão das Nações Unidas para Resposta de Emergência ao Ebola (UNMEER, na sigla em inglês). "O vírus ainda não foi erradicado da região, e enquanto ele estiver presente todos continuamos potencialmente sob risco."
A epidemia atual surgiu em dezembro de 2013 numa região florestal de Guiné, na fronteira com a Libéria e a Serra Leoa, e rapidamente se expandiu pelos três países. Até agora, foram afetadas mais de 26 mil pessoas, das quais 11 mil morreram - ou mais de quatro mortes a cada dez doentes.