DEFESA

Airbus mantém voos de teste do A400M após acidente

Queda de avião deixou quatro mortos no último sábado na Espanha

Da AFP
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Publicado em 11/05/2015 às 15:52
Foto: Cristina Quicler/AFP
Queda de avião deixou quatro mortos no último sábado na Espanha - FOTO: Foto: Cristina Quicler/AFP
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A Airbus manterá os voos de teste do A400M, apesar do acidente com seu avião de transporte militar, que deixou quatro mortos no sábado (9) em Sevilha, na Espanha.

O construtor europeu seguirá produzindo a aeronave, e o próximo voo de testes irá ocorrer na terça-feira em Toulouse, no sul da França, segundo um porta-voz da empresa, cujos funcionários na Espanha observaram nesta segunda-feira cinco minutos de silêncio pelos funcionários mortos.

Um A400M, que realizava um destes voos de teste, caiu no sábado em um campo ao norte do aeroporto de Sevilha (sul da Espanha), onde este modelo é montado.

A aeronave atingiu um linha de alta tensão enquanto, ao que parece, tentava realizar um pouso de emergência.

Três civis ajudaram dois sobreviventes, um engenheiro e um mecânico, a sair do avião antes que ele se incendiasse. Os dois foram levados ao hospital e estão em estado grave, porém estável.

Os outros quatro tripulantes da aeronave, dois pilotos e dois engenheiros, morreram no acidente.

 

Falha nos motores?

O semanário alemão Der Spiegel revela nesta segunda-feira que o acidente pode ter ocorrido devido a um problema nos motores.

"Logo depois de decolar, vários propulsores do avião tiveram problemas", escreve a revista em seu site, que cita o testemunho de um sobrevivente do qual teve conhecimento após uma reunião de ministros europeus da Defesa. O ferido grave "só pôde ser interrogado de forma muito breve", afirma a Der Spiegel.

O difícil desenvolvimento destes turbopropulsores gigantes - cujas hélices superam os cinco metros de diâmetro - foi um dos motivos dos atrasos de quatro anos que o A400M acumulou desde o lançamento do programa, em 2003.

A Malásia se converteu nesta segunda-feira no quarto país a para de usar seus A400M depois de Alemanha, Reino Unido e Turquia, à espera da conclusão da investigação sobre o ocorrido.

A França, que já tem seis aviões deste tipo, renunciou a alguns voos, mas manteve os que são "prioritários em operações".

Um porta-voz do exército alemão disse que o A400M que recebeu em dezembro já havia "realizado 57 horas de voo" e havia viajado até o Senegal sem que ficasse comprovada "nenhuma falha de segurança significativa".

Nas oito fábricas espanholas do Airbus, os funcionários observaram cinco minutos de silêncio em memória de seus companheiros mortos no acidente, comunicou o secretário-geral do sindicato Comissões Operárias na companhia, Antonio Martín. Nas demais instalações do grupo europeu, que emprega 58.000 pessoas, a homenagem deveria durar um minuto, acrescentou.

Martín não quis especular sobre os motivos do acidente. "Fundamentalmente, a prioridade é atender as famílias dos falecidos para que possam fazer seu luto", declarou.

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