A Embaixada da Arábia Saudita em Washington informou neste domingo (10) que o rei Salman não irá à cúpula entre o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e os líderes dos países do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG). A decisão é aparentemente um sinal do descontentamento do governo saudita com as relações entre os EUA e o Irã, adversário da Arábia Saudita.
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Na sexta-feira (8), a Casa Branca disse que o rei Salman iria ao país para "retomar as consultas sobre uma vasta gama de questões regionais e bilaterais", segundo Eric Schultz, seu porta-voz. Mas neste domingo (10) a agência de notícias estatal saudita disse que o rei, em vez de ir aos EUA, enviará o príncipe Mohammed bin Nayef, ministro do Interior da Arábia Saudita, e o vice-príncipe Mohammed bin Salman, ministro da Defesa.
Para justificar a ausência do rei, a agência estatal informou que a reunião de cúpula vai se sobrepor aos cinco dias de cessar-fogo decretados no Iêmen. O cessar-fogo, que começará nesta terça (12), permitirá a entrega de ajuda humanitária aos atingidos pelos bombardeios de uma coalizão liderada pela Arábia Saudita que combate as milícias houthis no Iêmen.
Funcionários árabes disseram que a desistência do rei pode ser um sinal de insatisfação com o apoio que a Casa Branca estaria disposta a oferecer à Arábia contra o Irã. Nesta segunda (11), o rei Salman deve telefonar ao presidente Barack Obama para falar sobre sua decisão de última hora, segundo um funcionário do governo.
A cúpula será realizada nos dias 13 e 14, em Camp David, onde Obama receberá os dirigentes do CCG (Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuait, Omã e Qatar) para discutir principalmente o programa nuclear iraniano e os conflitos no Iêmen, no Iraque e na Síria.