A Comissão Europeia apresentou nesta quarta-feira (13) um plano polêmico que prevê a definição de cotas de refugiados para cada Estado-membro da União Europeia.
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A ideia é tentar distribuir pelos países do bloco os imigrantes africanos que atravessam o Mediterrâneo para pedir asilo em território europeu. Hoje, a recepção a eles concentra-se em países da região costeira, como a Itália.
No ano passado, apenas cinco países da União Europeia tiveram de lidar com cerca de dois terços dos pedidos totais de asilo de imigrantes.
Segundo o presidente da comissão, Jean-Claude Juncker, o objetivo da proposta de cotas é conter as migrações, resgatar os imigrantes em dificuldades e distribuir de modo mais equitativo sua acolhida pela União Europeia.
A ideia foi imediatamente rechaçada pela ministra do Interior do Reino Unido, Theresa May, que defendeu que os imigrantes que tentam chegar à Europa pelo Mediterrâneo sejam reenviados.
"Discordo totalmente de Federica Mogherini [chefe da diplomacia da UE] quando ela diz que imigrantes interceptados no mar não podem ser enviados de volta contra sua vontade. Isso só estimula pessoas a arriscarem duas vidas", afirmou a ministra.
Outros países, como Hungria, Eslováquia e Estônia, também já rejeitaram o plano.
O número dois da Comissão Europeia, Franz Timmermans, rebateu dizendo que a "pior coisa" seria não fazer nada diante do problema.
"Não agir agravaria a situação das pessoas em dificuldades e faria com que perdêssemos a credibilidade. Nós não podemos aceitar que famílias inteiras se afoguem no Mediterrâneo", declarou ele.
A situação política em países da África, como a Líbia -de onde parte a grande maioria dos barcos clandestinos- aumentou o número de imigrantes e agravou a crise humanitária. Estima-se que, só neste ano, mais de 1,800 tenham morrido ao tentar a travessia do Mediterrâneo.